Mulheres fazem vigília em defesa da legalização do aborto na Argentina

Nesta quarta-feira (13) o Congresso argentino começa a votar a Lei do Aborto, sem previsão para terminar, a sessão deve durar pelo menos 15 horas. Do lado de fora, milhares de mulheres estão mobilizadas em uma enorme vigília em defesa do direito de interromper a gravidez com segurança e dentro da legalidade.

Por Mariana Serafini





Legalização do aborto na Argentina - Divulgação

Nos últimos dias, as mulheres argentinas se mantiveram mobilizadas e nesta quarta-feira farão uma grande manifestação em frente ao Congresso que só deve se dispersar após o resultado da votação.
Esta é a sétima vez que o projeto pela legalização do aborto é discutido no Parlamento, porém, a primeira que será votado. Desta vez, o debate sobre o tema durou três meses e avançou mais que nas outras tentativas.

Segundo dados do Departamento de Estatísticas e informação de Saúde da Argentina (Deis), em 2016 morreram 254 gestantes no país, e 17,6% das mortes foram resultado de complicações decorrentes de abortos.

Estima-se que sejam realizados entre 486 e 520 mil abortos por ano na Argentina, desde 2005. Atualmente esta é a principal causa de mortalidade materna no país. Todos os anos são realizadas cerca de 50 mil internações em hospitais públicos para tratar casos de interrupção da gravidez clandestina.

Os movimentos feministas pedem que o Congresso encare o tema como questão de saúde pública e aprove a Lei do aborto para defender a vida das mulheres. Uma pesquisa realizada recentemente mostrou que 8 em cada 10 mulheres com idade entre 18 e 25 anos são a favor da legalização.

Se o projeto for aprovado, a Argentina integrará o pequeno grupo de países da América Latina que trata o aborto como saúde pública e dá a opção de interrupção da gravidez com segurança. Atualmente, a prática só é permitida em qualquer situação em Cuba, no Uruguai e na Bolívia.

Manifestação no Brasil

Nesta quarta-feira (13) mulheres vão se reunir em frente ao Consulado da Argentina em São Paulo para apoiar a luta das argentinas em defesa da legalização do aborto. A manifestação está marcada para as 18 horas na Avenida Paulista, 2313.