PSB sinaliza disposição pela unidade progressista para as eleições de outubro

A movimentação dos partidos do campo progressista demonstra, ainda que embrionariamente, a disposição da construção de um unidade para a eleição de outubro. Depois da pré-candidata Manuela D'Ávila, do PCdoB, afirmar que não colocará obstáculos para garantir a unidade da esquerda para as eleições, os líderes do PSB, Carlos Siqueira (presidente da legenda) e Paulo Câmara (governador de Pernambuco) afirmaram que o partido está aberto para alianças.

PSB Carlos Siqueira - PSB/Divulgação

No sábado (9), a executiva do PT formalizou por meio de resolução a disposição fechar uma aliança com o PCdoB e PSB na corrida presidencial. O presidente da legenda, Carlos Siqueira, disse que gostaria que Lula fosse o candidato, mas acredita que haverá impedimentos ao ex-presidente por conta da sua prisão.

"No momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotar sua posição definitiva, Lula terá de ser substituído. O candidato apoiado por ele não será desprezível. Há um peso", enfatizou Carlos, em entrevista ao Estadão.

Ele afirmou que tem mantido conversas com lideranças do PT e também com o PDT. "Temos o interesse do apoio deles em alguns Estados e, em outros, podemos apoiá-los. Há conversas também com o PDT. O Podemos nos procurou, e o (ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência pelo PSDB) Geraldo Alckmin esteve comigo em Brasília na sede do partido. Há vários interessados no nosso apoio", afirmou.

E acrescenta: "Tanto o PDT quanto o PT têm nos procurado com bastante frequência. Ambos mostraram possibilidades de apoio aos nossos candidatos. Vamos conversar e ver se esses apoios de fato se concretizam. Não é possível ficar apenas na palavra. É necessário que façam ações concretas em torno das soluções estaduais. Não é possível que o apoio seja unilateral".

Ao avaliar o resultado das pesquisas de intenção de voto, Carlos Siqueira disse que há "um certo grau de indefinição", mas, ao mesmo tempo, "indicou a possibilidade de afunilamento" das candidaturas.

Sobre a possibilidade de aliança com a Rede,de Marina Silva, aventada pela grande mídia, Carlos Siqueira disse que a próproa Marina fechou as portas.

"Nunca dissemos sim ou não para ela, mas estranhamos o fato de o partido dela ter rompido, há pouco menos de dois meses, com dois governadores do PSB, do Distrito Federal e de Pernambuco. O governador da Paraíba ela nunca apoiou. É estranho ela querer apoio e romper com governos do PSB Não consigo entender isso. Passamos a não considerar essa hipótese. Neste momento, não vejo clima favorável para (apoiar) essa candidatura presidencial. É muito estranho que queiram um apoio nacional quando se rompe sem motivos relevantes. Até hoje não sabemos a razão desse rompimento. A política é de mão dupla", enfatizou.

O governador Paulo Câmara (PSB) também endossou o discurso de Siqueira e afirmou, nesta segunda-feira (12), que o PT será 'bem-vindo', caso ocorra uma aliança em Pernambuco.

Questionado se a possível entrada do PT na Frente Popular poderia afastar partidos da base, Paulo destacou que vai trabalhar em torno de unidade. "A consciência nossa é de unificação, quem quiser vir ao nosso palanque, que pense como nós, que sabe que a forma que o governo federal está administrando o Brasil não pode continuar, será bem vindo… A gente tem que chegar em agosto com essa frente muito bem consolidada e unida", comentou.