EUA e Japão se encontram antes da reunião entre Trump e Kim Jong-un

Nessa quinta-feira (7), o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, estará na Casa Branca para falar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a reunião entre Washignton e Pyongyang. Abe não acredita no diálogo com a Coreia Popular, e defende uma política de "pressão máxima" sobre o governo de Kim Jong-un

Trump e Shinzu Abe

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, foi para os Estados Unidos para se reunir com o presidente desse país, Donald Trump, com o objetivo de coordenar suas posturas antes da histórica cúpula do dia 12 em Cingapura entre Pyongyang e Washington. Abe é a favor de manter a política de "pressão máxima" sobre Pyongyang.

O Japão tenta impor seus interesses como segunda maior economia da Ásia. Na quarta-feira (6) o ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, se encontrou com o secretário de Estado, Mike Pompeo, para discutir a reunião entre os dois presidentes. Após o encontro com Trump nessa quinta (7), ambos os líderes irão para a cúpula do G7 no Canadá. 

Em uma ligação, Trump e Abe teriam discutido o objetivo comum de “desmantelar completa e permanentemente os programas nuclear e balístico da Coreia Popular”. Mas Pyongyang deixou claro que não aceitará a pressão para uma desnuclearização unilateral antes das negociações; esta deve vir como resultado de um diálogo. Segundo Moon Jae-in, presidente sul-coreano e entusiasta da paz com o Norte e que esteve com Kim no final de Maio, Pyongyang quer negociar, mas não confia plenamente nos Estados Unidos, especialmente em relação a segurança da Coreia Popular e de seu reconhecimento como nação legítima. 

Poucos dias antes de Trump cancelar a reunião com Kim (que depois foi confirmada novamente), o vice Mike Pompeu disse que a Coreia Popular poderia "acabar como a Líbia", que após entregar seu arsenal para os EUA, foi invadida pela OTAN. 

O governo de Shinzo Abe vê a eventual união entre as Coreias com reticência. Em novembro de 2017, Trump foi ao Japão estreitar laços com Abe, recém eleito. Naquele momento, Abe já era defensor de uma política dura em relação à Coreia Popular; havia antecipado as eleições em seu país para contar com um mandato firme dos eleitores, em um momento de tensão após Pyongyang disparar dois mísseis que sobrevoaram o território japonês; além disso, ele pretendia reformular a Constituição para que o Japão pudesse ter um exército próprio (condição vetada após a Segunda Guerra Mundial). Na época, ele declarou que "não é hora de dialogar por dialogar. É hora de efetuar a máxima pressão possível sobre a Coreia do Norte".