Venezuela vai se retirar da OEA, anuncia Nicolás Maduro

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou nesta segunda-feira (4) que seu país sairá da Organização dos Estados Americanos (OEA), depois de ter iniciado o processo de retirada há 13 meses.

Nicolás Maduro - Efe

“Denunciamos a OEA e vamos sair desse organismo, que é o ministério das colônias. Confirmado: já se vão 13 meses dos 24 que temos que esperar para que se torne efetiva (a saída)”, disse o mandatário durante uma reunião com o Birô Político do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Maduro fez essa declaração depois que o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, participou em uma reunião do organismo hemisférico que pretendia incluir sem consultas a discussão de um ponto sobre a situação política da nação sul-americana.

“É a última Assembleia Geral da OEA em que participa um chanceler venezuelano”, disse o chefe de Estado, enfatizando que no dia em que se concretizar a saída da Venezuela da OEA será um dia de júbilo nacional.

Maduro também desprezou o poder da OEA, que qualificou de “inútil”, porque “não há um cenário internacional no mundo onde se perca mais tempo”. “É um organismo inútil que lamentavelmente sofreu uma involução e voltou a se converter em um ministério das colônias do imperialismo norte-americano”, afirmou.

Em abril do ano passado, Caracas empreendeu o processo de denúncia da Organização dos Estados Americanos (OEA), um protocolo que demora 24 meses para se tornar efetivo. A Venezuela considera que no seio da OEA foram violentados os princípios da soberania, não intervenção, multilateralismo e igualdade dos Estados

Campanha de chantagem

Maduro denunciou a campanha de chantagem dos Estados Unidos sobre os governos da América Latina para atentar contra a soberania da Venezuela.

“Nas últimas semanas o governo dos Estados Unidos desenvolveu uma campanha criminosa, macabra, com chantagem, ameaças a todos os governos da América Latina e Caribe. Ameaçou retirar as ajudas econômicas, possibilidades de financiamento, cortes dos fluxos de turismo e fluxos comerciais e restringir os imigrantes”.

O mandatário enfatizou que esta campanha tem por objetivo “acabar com o modelo independente, de desenvolvimento” impulsionado pelo comandante e líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez.

Nesse sentido, ratificou o caráter anti-imperialista do povo venezuelano para poder enfrentar todos os obstáculos que os eixos imperiais promovam para acabar com a independência do país.

“Agora está em curso uma batalha pela dignidade de nossa América e a Venezuela está no centro da luta pela dignidade. Vamos sair dela com a força moral”, enfatizou.