Adilson defende reformas estruturantes para superar desigualdades

Somente com a realização reformas estruturantes e democráticas coneguiremos avanla e superar as desigualdades", afirmou Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, destacar a centralidade do debate em torno de reformas como a Tributária. A declaração se apoia no debate iniciado nesta segunda (4) pelo Fórum Internacional Tributário 2018, em São Paulo, que reúne mais de 40 especialistas estudiosos do tema.

Adilson Araújo - Reprodução/Facebook

O dirigente parabeniza a realização do evento e destaca que "a inciativa é imprescindível no enfrentamento a grave crise econômica, social e política que enfrentamos no nosdo país". E completou: "Em seu Plano de Lutas, a CTB faz a defesa de uma reforma tributária progressiva, na qual as famílias mais ricas devam contribuir mais, o trabalho e os empreendimentos produtivos devem ser desonerados, enquanto as grandes fortunas e a especulação devem ser fortemente taxadas".

O evento é uma realização da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) e do Sinafresp (Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo) e reunirá especialistas em tributos e economia de quatro continentes para discutir as melhores práticas, mostrar um panorama geral da situação brasileira e realizar uma comparação com exemplos internacionais.
“A experiência internacional nos mostra que estamos na contramão do que é praticado em países mais desenvolvidos. No Brasil temos um sistema regressivo com carga excessiva sobre o consumo. Com a mudança certa na calibragem tributária podemos ter resultados significativos no crescimento da economia”, afirmou o presidente da Anfip, Floriano Martins, ao ressaltar a importância e urgência do debate.

Reformar para combater as desigualdades

“Nosso ponto de partida é a tributação regressiva, que é uma das razões da desigualdade social brasileira. Diversos estudos, como do pesquisador Thomas Piketty, revelam que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, só perde para a África do Sul, que teve o apartheid”, externou o economista e professor da Unicamp Eduardo Fagnani, um dos autores do documento apresentado no evento.

Segundo Fagnani, o Brasil sequer superou as suas desigualdades históricas. “A escravidão moldou tudo, a política, a economia, a cultura. A desigualdade social no Brasil tem cor – 70% das pessoas que estão abaixo da linha da pobreza são negras; tem gênero – as mulheres recebem, em média, 76% dos salários dos homens, as negras, um terço; está no acesso, ou dificuldade de acesso, à Justiça; a segurança é desigual entre classes sociais, a saúde e a educação também. A desigualdade da renda é apenas um aspecto, talvez um dos mais vergonhosos, mas não se resume só à renda”, explicou.

O projeto vem no sentido de corrigir essas desigualdades históricas. “A reforma do sistema tributário nacional tem que ser ampla e enfrentar todas as suas anomalias”, afirmou o economista, ao esclarecer que somente com uma tributação mais justa, com menor impacto no consumo e aumento da taxação direta, sobre propriedade e renda, é que será possível diminuir as desigualdades.