Meirelles diz que não representa governo e Marun reage: "não tem voto"

Com o Temer estampado em sua testa, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles quer "tirar o rótulo" de candidato do governo e do mercado à Presidência da República. Ele disse que sua candidatura não "representa especificamente" o governo Temer e, sim, seu currículo pessoal e sua atuação na iniciativa privada e no setor público.

meirelles em ato de filiação ao MDB

Com 1% das intenções de voto, puxado pela rejeição ao governo, Meireles disse não querer ser visto como o representante da gestão Temer nas eleições. "Estou tirando o rótulo. Por exemplo, não sou o candidato do mercado, não sou o candidato do governo, não sou o candidato de Brasília", disse.

No entanto, Meirelles era filiado ao PSD e foi para o MDB justamente com a promessa de ser o candidato que defenderia o "legado" de Temer. Recém-filiado ao MDB, Meirelles foi lançado candidato no mês passado pelo próprio Temer, que desistiu de tentar se reeleger e cobrou união do partido em torno da candidatura de Meirelles.

A declaração não foi bem recebida pelo aliados e integrantes do governo. Líder da tropa de choque, Carlos Marun (ministro-chefe da Secretaria de Governo), se encarregou de puxar a orelha e reagiu com ironia à tentativa Meirelles de se distanciar da gestão Michel Temer.

"Vejo gente preocupada em perder voto por estar do lado do governo. Mas que voto? Quantos votos tem o Meirelles?", desdenhou Marun, em entrevista ao programa Canal Livre, exibido na madrugada desta segunda-feira (4), pela Band.

Marun disse ainda que Meirelles e todos os demais presidenciáveis identificados com o "centro" político deveriam retirar suas candidaturas e discutir um projeto comum, para então escolher um candidato. "É a única possibilidade de vitória", disse.

Enquanto Marun esperneia, Meirelles tenta despistar o papel que Temer terá na sua campanha. "Isso é uma escolha dele. Minha campanha será aberta a todos, não existe restrição", disse.