Senadoras protocolam pedido de CPI sobre alta dos combustíveis

O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar os aumentos dos preços dos combustíveis, foi entregue nesta terça-feira (29) com apoio de vários senadores. No décimo dia de bloqueios e protestos, caminhoneiros e petroleiros saem às ruas nesta quarta.

Por Iberê Lopes

Senadoras protocolam pedido de CPI sobre alta dos combustíveis - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Os congressistas querem que o governo federal explique as constantes altas que chegaram a mais de 200 vezes só no último ano. “Com a CPI vamos responsabilizar quem levou a o país à beira do caos”, disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

“Protocolamos, eu e a senadora Lídice da Mata (PSB/BA), o pedido de abertura de uma CPI para investigar os aumentos dos preços dos combustíveis. Tivemos o apoio de vários senadores de todas as regiões do país”, explicou.

Com aumento de mais de 50% em dez meses, o óleo diesel brasileiro está sendo comercializado à R$ 3,78. O valor impacta diretamente nos custos de transporte de cargas e urbano.

A redução nos preços de venda do produto em 10% nas refinarias da Petrobras, no último dia 25, teve efeito contrário. Alguns postos subiram em R$ 0,20 centavos o preço por litro, segundo dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Se para os transportadores de cargas a vida não está fácil, os consumidores de gasolina penam ainda mais. Nos últimos meses, o valor final na bomba sofreu reajuste de quase 11%. Isto representa uma alta 30 vezes acima da inflação.

De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta pelo Datafolha, 87% dos brasileiros apoiam a paralisação dos caminhoneiros. O mesmo percentual não considera justo que a saída para o impasse impacte em cortes no orçamento da União ou represente aumento de imposto para atender às reivindicações.

O levantamento com 1,5 mil pessoas aponta que apenas 10% são contra a paralisação dos caminhoneiros, 2% são indiferentes e 1% não soube opinar.

Caminhoneiros autônomos seguem a greve e os bloqueios nas rodovias, apesar das ameaças de Michel Temer em utilizar as Forças Armadas contra o movimento. Já são dez dias de paralisação em 24 estados. Nesta quarta-feira (30) estão previstos protestos em todo o país. Em defesa da Petrobras, trabalhadores da estatal petrolífera também promovem atos e manifestações.