Jandira Feghali defende a demissão imediata de Pedro Parente

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defende a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras e a mudança na política de preços da estatal como solução para a crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros, que protestam contra o preço alto do diesel.

Por Túlio Ribeiro, da TV 247.

Jandira Feghali - Crédito da Foto: Richard Silva/ PCdoB na Câmara

"É uma catástrofe o que a gente está vivendo", diz Jandira. "Esse governo fez uma política de preços contra o Brasil, que favoreceu algumas empresas internacionais, especialmente as americanas. Estamos exportando o nosso óleo extraído do pré-sal e estamos importando dolarizado. Óbvio que isso tem um impacto na cadeia de produção absurda", critica.

"Nos governos Lula e Dilma, o reajuste era feito uma vez por ano. Neste período nós aumentamos 229 vezes o preço do combustível. Então isso é insuportável para qualquer setor de produção, para quem trabalha com carga, com gás de cozinha. E a Petrobras nunca teve prejuízo por conta disso. Não adianta se falar de roubo, o roubo era outra coisa. Se o roubo aconteceu, apura-se, puna-se, mas isso não tem nada a ver com grande valor de recursos de uma grande empresa e não foi o que a Lava Jato descobriu que impactava em sua grande contabilidade", compara.

"Então essa questão da política estruturante de preços da Petrobras é que é a grande causa do aumento do preço", explica. A deputada observa que, "ao invés de a saída [do governo Michel Temer] ser a mudança dessa política estrutural, a negociação desse governo sem credibilidade, acocorado, sem nenhuma capacidade negocial, um governo inapto, é uma saída que vai ficar mais cara ainda. Uma saída por isenção de impostos, que vai ficar ainda mais caro para o povo".

"Quanto à lucratividade dos rentistas, não muda nada. A lucratividade dos capitais, de quem especula, vai se manter. A conta vem para quem? Para o povo outra vez. O gás de cozinha não vai alterar nada, a gasolina não altera. É uma política só para o óleo combustível para sair dessa crise imediata. Então isso é muito preocupante. É uma crise que só se resolve com a mudança estruturante da política de preços. Essa é uma saída paliativa, que pode superar a crise imediata, mas não resolve o global", ressalta ainda.

Ainda sobre Parente, "esse governo faz uma política semelhante, serviu aos Estados Unidos", em comparação com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Só que num processo muito mais desqualificado politicamente. Agora o gestor do apagão é o mesmo. Num contexto de recolonização do Brasil, sem altivez alguma. Então o Pedro Parente, ministro do apagão, é agora o ministro do apagão energético, um serviçal muito mais declarado, e fica tirando sarro da nossa cara, como que dizendo: 'tá vendo aí? Vamos manter a política de preços'".

"Esse Pedro Parente tem que ser demitido imediatamente. Se esse governo tivesse um mínimo de dignidade, que não tem… E a gente precisa mudar a política de preços, demitir esse cara. Para que tenhamos um mínimo de altivez", conclui Jandira.

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