Professores da rede privada de SP: Não descartamos greve geral

Os professores das escolas particulares de São Paulo decidiram por mais uma paralisação de 24 horas na próxima terça (29), a fim de pressionar o patronato a renovar integralmente a Convenção Coletiva da categoria, que assegura direitos conquistados ao longo de anos de lutas e negociações.

Ato Público na paulista professores da rede particular de sp contra reforma trabalhista - reprodução/Sinpro-SP

Na quarta (23), os docentes realizaram paralisação em 37 escolas, mobilizando mais de 3.200 profissionais na capital paulista. A decisão sobre mais um dia de greve foi tomada em assembleia realizada no mesmo dia no Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), com participação de representantes de 113 escolas de diferentes regiões da cidade.

Ato no Masp

Ato no final da quarta, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, contou com professores, alunos, pais e funcionários de escolas. Sindicalistas de outras categorias manifestaram solidariedade ao movimento. Também houve protestos na região do ABC, Santos, Guarulhos, Osasco e outras partes do Estado.

Para o professor Luiz Antonio Barbagli, presidente do Sinpro-SP, os atos mostraram que a mobilização cresce a cada dia. Ele critica a intransigência patronal: “Não querem conversar. Os patrões acham que podem tudo com a nova lei trabalhista. Mas não é assim. Eles não podem tudo e a categoria vai mostrar isso”. A meta principal é manter as garantias da Convenção Coletiva. “Vamos continuar mobilizados. Não descartamos uma greve geral”, afirma.

Os docentes buscam manter conquistas como 30 dias de recesso no final do ano (patrões querem reduzir para 23 dias) e duas bolsas de estudo para os filhos (redução para uma em escolas com menos de 200 alunos). Também lutam contra o fim (ou a inviabilização) da garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso de demissão), das férias coletivas e a possibilidade de redução salarial, por meio de acordo individual.

Lídia Henrique Mendes foi docente e diretora de escola particular. Ela, que é mãe de professora e avó de aluno, apoia a luta. “Defender o professor, defender a educação é defender o direito humano, o direito do cidadão. Hoje nós estamos aqui porque somos solidários a quem educa nossos filhos e netos”, diz.

Para a mãe de aluno Ana Cotrim, “manter os direitos dos professores é preservar a qualidade do ensino, é dar condições aos educadores de se preparar melhor – essa luta deve ser abraçada por todos”.

A estudante Luana Roque apoia os professores para, segundo ela, “preservar o futuro da educação”. “Todos ganham com a valorização dos educadores”, arremata.

De acordo com Silvia Bárbara, diretora do Sinpro-SP, o movimento deve ganhar força e mais escolas podem aderir aos protestos na próxima terça. “Nossa luta é para manter direitos básicos, praticados há mais de vinte anos”, afirma.