Ciro diz que crise deslocou o eixo do poder político para o Judiciário

Ao discursar na XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o pré-candidato à presidente pelo PDT, Ciro Gomes, classificou como uma "invasão intolerável" entre os poderes no Brasil e que o Ministério Público e o Judiciário querem governar "no lugar de todo mundo".

Ciro Gomes - Reprodução

Para ele, a crise gerou um desgaste da classe política que, somados à ingerência do Judiciário, levou a um deslocamento do eixo do poder político, que precisa retornar para o controle daqueles que foram eleitos pelo povo.

"Hoje o Congresso Nacional é desmoralizado, o poder federal, desmoralizado, a autoridade política, desmoralizada. Há uma invasão absolutamente intolerável, que tem de ser posto um fim, de atribuições democráticas por poderes que não são votados. O Ministério Público quer governar no lugar de todo mundo. o Judiciário quer governar no lugar de todo mundo", disse

Ciro também criticou a Emenda 95, do teto de gastos, que congela os investimentos públicos por 20 anos. Ele defendeu que o Brasil precisa "se livrar" da medida

"O Brasil precisa se livrar da tal emenda 95, e isso não se fará sem uma ampla mobilização. O baronato quer tabelar todos os gastos para deixar livre os gastos com juros e rolagem de dívida pública", afirmou.

"O que está errado no Brasil está errado por interesse dos poderosos. Nós precisamos restaurar a autoridade moral do político brasileiro", completou.

Sobre a oficialização da candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, Ciro afirmou que a agenda do pré-candidato do MDB é "antipovo, antipobre e antinacional imposta de por seus chefes".