Corte Internacional deverá julgar Israel pelos seus crimes em Gaza

Procuradora-chefe da Corte Penal Internacional desde junho de 2012, Fatou Bensouda, informou na quarta (16) que as ações de Israel, que deixaram 62 mortes e 2700 feridos na Faixa de Gaza no início desta semana, estão sujeitas ao escrutínio legal da corte e podem ser levadas ao Tribunal Penal Internacional para serem julgadas como crimes de guerra

corte penal internacional

As autoridades palestinas recorreram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Israel após a morte, durante essa semana,  de dezenas de manifestantes por soldados israelenses na Faixa de Gaza, disse hoje à agência de notícias espanhola EFE uma fonte diplomática.

A queixa já foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki, que viajará para a Holanda na próxima semana, para apresentar pessoalmente o caso perante o TPI.

A denúncia será apresentada à procuradora do TPI, Fatou Bensouda. A queixa contra Israel poderá ser por crimes contra a humanidade, genocídio ou ambos.

Israel já tinha sido criticado por utilizar balas reais para reprimir as manifestações, mas nos protestos de segunda-feira (14), dia da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, 60 palestinos foram assassinados em Gaza, oito deles menores, e 2.771 foram feridos, incluindo 225 menores.

Na terça-feira (15), vários países pediram uma investigação independente aos acontecimentos mortais na faixa de Gaza, como o Reino Unido, a Irlanda, a Bélgica e a Suíça.

A Liga Árabe, que convocou uma reunião de emergência nessa quinta-feira (17), apelou a procuradora do Tribunal Penal Internacional para que abra rapidamente um inquérito sobre os crimes da ocupação ilegal israelense contra os palestinos e a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) anunciou ter recorrido ao TPI sobre os "crimes de guerra cometidos pelo exército israelense contra jornalistas palestinianos" desde 30 de março.

Fatou Bensouda afirmou que acompanhava de perto a violência na faixa de Gaza e prometeu "tomar as medidas adequadas".

"A minha equipe está acompanhando atentamente os acontecimentos no local e analisa os crimes" que possam ser da competência do TPI, declarou Fatou Bensouda à agência France-Presse.

A Palestina tornou-se membro de pleno direito do TPI em abril de 2015, após a entrada em vigor da sua adesão ao Estatuto de Roma.