Oposição rejeita diálogo e intensifica violência na Nicarágua

Este final de semana foi marcado por atos de extrema violência promovidos pela oposição ao governo de Daniel Ortega, na Nicarágua. O presidente fez um chamado à paz e ao diálogo, mas as forças opositoras têm sido irredutíveis na tentativa de desestabilizar o cenário político.

Manifestação violenta na Nicarágua - Efe

Há aproximadamente um mês, o presidente anunciou uma reforma previdenciária que alteraria significativamente as taxas pagas atualmente pelo empresariado do país, e aumentaria também – em menor escala – a contribuição dos trabalhadores. Após o anúncio, começou um levante da classe média a partir da Universidade Politécnica e rapidamente se estendeu pela capital, Manágua.

Diante do cenário de caos criado pela oposição, Ortega aceitou acatar às reivindicações e retirou o projeto da reforma de discussão. Porém, os manifestantes continuaram na rua e aumentaram ainda mais os episódios de violência. Mais de 20 pessoas já foram mortas, além de prédios públicos – entre eles uma biblioteca – que foram incendiados.

Mesmo com o presidente atendendo às reivindicações, o cenário continua de guerra e neste final de semana se intensificaram. De acordo com a imprensa local, a cidade de Masaya, a oeste do país, amanheceu com diversos pontos de distúrbio e muitos comércios foram saqueados durante a madrugada por manifestantes encapuzados.

A população da cidade de Rubenia, na região metropolitânia de Manágua, também sofreu com ataques de violência. Carros foram incendiados e um grupo saiu à rua para pedir o fim da violência. Também os militantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional – coalizão politica do atual presidente – pedem paz e diálogo.

Ortega foi ao ar em cadeia nacional de TV para pedir o fim da violência impulsionada pelos manifestantes. “Queremos reiterar o chamado e o compromisso de dar fim à morte e à destruição. Que não sigam derramando o sangue de irmãos”, disse o presidente.

Mesmo em meio a este cenário de caos e violência, as forças armadas se pronunciaram e pediram diálogo. “Cremos que o diálogo é a solução para resolver a atual crise”, disse o porta-voz do Exército, Manuel Guevara.