Dois anos de governo Temer: Desemprego, corrupção e impopularidade

O governo de Michel Temer completa dois anos neste sábado (12) com marcas que contrastam com o otimismo que ele exibe na mídia do monopólio: Impopularidade recorde e uma coleção de acusações de envolvimento em casos de corrupção são algumas. No que se refere ao cenário sócio-econômico, Temer colaborou para o Brasil voltar ao mapa da fome e estimulou um cenário em que falta emprego para 26 milhões de brasileiros.

Michel Temer - Reprodução GloboNews

Pesquisa do Instituto DataFolha sobre desempenhos de presidentes da República, que usa pontuação de 0 a 200 para medir desempenho, aponta que Temer marcou 25 pontos enquanto Lula, preso político do golpe, deixou a última gestão com 183 de pontuação.

“Compilação das mais de 200 pesquisas de avaliação de governo feitas pelo Datafolha nas últimas três décadas mostra que a média do atual presidente da República nesses 24 meses é pior até mesmo do que a dos antecessores que sofreram impeachment, Dilma Rousseff e Fernando Collor”, diz matéria publicada na Folha de S.Paulo neste sábado.

Temer foi alçado ao lugar da presidenta eleita Dilma Rousseff sob a alegação de que colocaria fim à crise econômica e nas denúncias de corrupção. Apenas em 2017, o atual presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria Geral da República (PGR).

As acusações vão desde corrupção passiva passando por organização criminosa e obstrução de justiça. No caso mais grave, foi acusado pelo Ministério Público de acordar com o dono da empresa JBS, Joesley Batista, pagamento de propina para o deputado Eduardo Cunha. A conversa foi gravada. Mais recentemente há denúncias de que Temer também recebeu propina por contratos da secretaria de Aviação Civil.

O jornalista e blogueiro Ricardo Kotsho compara o tratamento recebido por Temer e Lula em post no Balão do Kotsho: “Breve retrato do Brasil da Lava Jato no sábado em que Michel Temer torra dinheiro em propaganda para comemorar dois anos de governo: Lula está preso há 35 dias em Curitiba numa cela solitária, condenado sem provas, por conta de um apartamento que não é dele, alijado da campanha eleitoral. Paulo Preto, o operador do PSDB, acusado de guardar mais de R$ 100 milhões em contas na Suíça, foi libertado pelo ministro Gilmar Mendes”.

O blogueiro completou: “Em quatro anos de Lava Jato e dois de governo Michel Temer, o mais rejeitado da história, o Brasil regrediu 50 anos em direitos sociais e conquistas democráticas, com 14 milhões de desempregados e algumas das suas maiores empresas quebradas, sem rumo e sem perspectivas”.

Os efeitos dos dois anos de governo Temer também foram apontados em resolução da 18ª Reunião da Direção Nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). A reforma trabalhista de autoria de Temer, que completou 6 meses nesta sexta-feira (11), foi um retrocesso aos direitos trabalhistas e formalizou a precarização das relações de trabalho no Brasil.

“O movimento sindical é alvo prioritário dos golpistas. O fim da compulsoriedade da Contribuição Sindical, embutido na contrarreforma trabalhista, e a restrição da cobrança da taxa assistencial aos sócios por um ministro do STF, têm o claro objetivo de estrangular financeiramente e desmantelar sindicatos e centrais, de forma a dificultar a organização, mobilização e resistência da classe trabalhadora ao retrocesso”, afirma trecho da resolução.

A central defendeu a luta em defesa do direito do ex-presidente Lula ser candidato nas eleições de outubro. “O único julgamento justo é o do povo brasileiro e a sentença contra ou a favor de Lula deve vir das urnas. Querem retirá-lo do jogo para perpetuar o golpe”. Ainda de acordo com a resolução da CTB, “É indispensável unir o movimento sindical e suas bases para organizar uma plataforma unitária em defesa da Petrobras, Eletrobras, Cedae e outras estatais, bem como do SUS, da educação e das universidades públicas”

O efeito da presença de Temer em aparições públicas é proporcional à popularidade. Em visita aos moradores que ocupavam o prédio que desabou no dia 1º de maio no centro de São Paulo, ele foi hostilizado e chamado de golpista e não pôde concluir a visita. O prédio era de propriedade da União.

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