À revelia do direito internacional, embaixada dos EUA vai à Jerusalém 

Já foram instaladas em Jerusalém as placas indicativas do local da Embaixada dos EUA, que será inaugurada em uma semana, no dia 14 de maio, data do 70º aniversário da criação do Estado de Israel

eua e israel - Reuters

Desde a decisão de Donald Trump em mudar a embaixada dos Estados Unidos para a Cidade Sagrada e assim estabelecer esta como capital de Israel, ação que fere o direito internacional proposto pelas Nações Unidas, os confrontos na Faixa de Gaza, fronteira entre Israel e Palestina, tem se intensificado.

As ocupaçães israelenses em território palestino já existiam, mas com a decisão de Trump Israel tem agido de forma ainda mais invasiva e agressiva, especialmente em Jerusalém Oriental, reivindicada pela Palestina como sua capital. 

No último mês, notícias expondo a extrema violência utilizada pelo exército israelense para repreender manifestantes palestinos tem chocado o mundo. Calculam-se mais de 37 mortes de palestinos, entre eles jornalistas que cubriam os protestos pela Marcha do Retorno, segundo dados do Instituto Brasil Palestina. 

A Nakba (catástrofe em tradução do arábe), foi quando os israelenses expulsaram aproximadamente 800 mil palestinos de suas terras e casas há 70 anos. A Marcha do Retorno prevê enfatizar as exigências de retorno de refugiados palestinos a seus lares ancestrais.

Em 30 de julho de 1980 foi votada no parlamento de Israel a "Lei Básica de Jerusalém, capital de Israel", que em agosto do mesmo ano foi considerada pela ONU como inválida, uma vez que faz oposição à resolução 476 de 30 de junho de 1980, do Conselho de Segurança, que estabeleceu que a "lei de Jerusalém" é uma violação do direito internacional, em especial contra a Quarta Convenção de Genebra de 1949, além de ser um sério obstáculo para a conquista da paz. Jerusalém é uma cidade sagrada para ambas as religiões- judaica e muçulmana- assim sendo, ainda segundo o Conselho de Segurança, todas as medidas que alteraram o caráter geográfico, demográfico e histórico e o Estatuto da Cidade Santa são nulas, sem efeito e ineficazes.

Mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém e entender a Cidade Santa como capital de Israel vai completamente contra as resoluções estabelecidas pela ONU, além de dificultar o processo de paz na região.

Em 2017, quando anunciada a mudança da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, 128 países, dos 198 que integram a Assembleia Geral da ONU, votaram uma resolução de condenação à decisão americana. Apenas 7 países ficaram com Trump.

O presidente norte-americano não irá à inauguração da Embaixada em Jerusalém. O subsecretário de Estado, John Sullivan, e Ivanka Trump, filha do presidente, estarão presentes.