Governo da Colômbia e ELN retomam diálogos de paz, agora em Cuba

Os diálogos de paz entre o governo da Colômbia e a última guerrilha do país, o ELN (Exército de Libertação Nacional), vinham acontecendo em Quito, no Equador, mas o presidente Lenín Moreno decidiu que a capital não seria mais palco das negociações. Para não estancar o processo de paz, os buscaram rapidamente uma alternativa e a nova sede das negociações será Havana.

Diálogos de paz ELN - Efe

"Após examinarmos conjuntamente as opções para retomar os diálogos o mais rapidamente possível, decidimos continuar a quinta rodada na cidade de Havana, a partir da próxima semana", anunciaram as duas partes em comunicado oficial emitido no último sábado (5).

"Esperamos avançar rapidamente", declarou o presidente Juan Manuel Santos, que deixará o cargo em agosto.

Havana foi sede por quatro anos dos diálogos com as Farc, concluídos em 2016, com a assinatura de um acordo de paz histórico que desarmou e transformou em partido político a ex-guerrilha.

Tanto o governo colombiano quanto as Farc destacaram as garantias de privacidade oferecidas pela ilha, um dos países garantidores dos diálogos com o ELN.

"Firme vontade" de paz

Para o chefe da delegação de paz do governo, Gustavo Bell, o anúncio de retomada das conversas na capital cubana "reitera a firme vontade da mesa de seguir trabalhando por um desenvolvimento da agenda que nos permita assinar um acordo final para encerrar o conflito armado".

O Equador havia acolhido as negociações de Bogotá com o último grupo rebelde da Colômbia desde fevereiro de 2017. No último 18 de abril, o chefe de Estado equatoriano, Lenín Moreno, anunciou que seu país deixaria de sediar as conversas, após ataques e sequestros realizados por dissidentes da ex-guerrilha das Farc em seu território.

Moreno também afirmou que o Equador abandonava sua posição de país garantidor "enquanto o ELN não se comprometesse a deixar de realizar ações terroristas".

O líder da equipe de negociação dos rebeldes, Pablo Beltrán, disse recentemente que uma das condições para escolher o novo país anfitrião seria que os guerrilheiros tivessem "garantias jurídicas" de não serem extraditados caso algum país, principalmente os Estados Unidos, assim o solicitasse.