Manuela D’Ávila: “É o momento da esquerda fazer um debate sobre o Brasil”

Em entrevista divulgada neste sábado (05) pelo Jornal do Brasil, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República e deputada estadual (RS), Manuela D’Ávila, falou sobre a necessidade da esquerda fazer um debate sobre o Brasil e sobre o percentual significativo de intenções de voto por parte de eleitores jovens.

Manuela - Foto: Arthur Sousa/FolhaPE

Durante conversa com jornalistas do Jornal do Brasil, Manuela D’Ávila explicou que parte da sua força nas pesquisas eleitorais mais recentes vem dos jovens. Segundo pesquisa Datafolha, Manuela tem 5 pontos percentuais de eleitores entre 16 e 24 anos. Para ela, isso acontece especialmente porque eles são os mais ativos na internet e tem acesso a sua campanha nas redes sociais.

As pesquisas mais recentes apontam para um cenário em que a pré-candidata tenha, em média, 2% de intenções de voto. Ficando à frente do impopular e ilegítimo Michel Temer, de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer e Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados.

Manuela também destacou durante a entrevista que sua candidatura foi lançada enquanto o ex-presidente Lula era candidato e estava livre, portanto, lançar-se a presidência foi uma escolha anterior ao processo injusto pelo qual Lula passa. Ou seja, sua candidatura também vai no sentido de defender o direito do ex-presidente a concorrer as eleições.

“Temos convicção de que ele [Lula] é um preso político e que a sua prisão se dá pela sua posição nas pesquisas eleitorais. E eu tenho convicção de que ele só está preso porque é candidato e porque é o primeiro lugar nas pesquisas”, frisou a pré-candidata.

Para Manuela, esse é o momento da esquerda fazer um debate sobre o Brasil.

“O povo brasileiro vive em uma realidade de pobreza crescente, a destruição do Estado é muito veloz e o centro das nossas energias deve ser para trocar o pneu desse carro, que é o Brasil, andando”.

Alianças

A pré-candidata disse considerar viável a aliança entre os partidos do campo progressista:

“O debate da nossa unidade passa pelo PT, pelo Ciro, pelo Boulos (PSOL), passa inclusive por um debate que precisamos abrir sobre as posições avançadas que o ex-ministro Joaquim Barbosa apresentou e que são relevantes para o país como na reforma trabalhista e no processo de impeachment de Dilma”.

Impeachment

Questionada sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Manuela disse que o golpe foi estruturado em três dimensões. O primeiro sendo a execução de um projeto de privatização nacional com a venda da Eletrobras e do pré-sal junto com um caráter antidemocrático e misógino do golpe.