Defesa de Lula aponta emails de doações da Odebrecht ao instituto FHC

Os advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontraram provas que desmontam a teses de propina no caso da suposta compra do terreno ao lado do Instituto Lula pela empresa Odebrecht.

Fernando Henrique Cardoso

A defesa pede que seja anexado ao processo nove e-mails do empresário Marcelo Odebrecht que demonstra que o empreiteiro faltou com a verdade e rebate as alegações do Ministério Público de que as doações feitas ao instituto foram efetuadas de maneira ilegal.

Os emails foram ignorados pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba nas provas que eles apresentaram contra o ex-presidente Lula que foram encaminhadas pelo empresário como parte de sua delação.

Segundo a defesa, cinco emails tratam de contribuições para o instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje uma fundação. Há duas mensagens do próprio FHC pedindo doações a Marcelo em 2010.

De acordo com a defesa, os emails evidenciam que a tese de propina por parte do Ministério Público Federal não se sustentam pois as contribuições para entidades como as criadas pelos dois ex-presidentes são legítimas e não deveriam ser vistas como criminosas, como os procuradores sustentam no caso de Lula.

Outras quatro emails contradizem os depoimentos dados por Marcelo Odebrecht, que apontou Branislav Kontic, braço direito do ex-ministro Antonio Palocci, como a pessoa identificada como B nas planilhas da Odebrecht e associada a pagamentos que teriam sido feitos a Lula.