Palocci mente para se livrar da prisão, rebate Dilma

A presidenta eleita Dilma Rousseff rebateu as ilações feitas pelo jornal O Globo desta quinta-feira (26), que afirma que o ex-ministro Antonio Palocci teria concluído as negociações para fechar seu acordo de delação premiada e que ele teria citado uma suposta reunião com a participação dela. Dilma afirma que Palocci "mente para sair da cadeia".

Dilma na BBC - Reprodução

Por meio de nota, Dilma afirma que o ex-ministro mente para sair da cadeia e não tem provas para sustentar acusações a ela ou Lula. Ela também criticou o que classifica de "jornalismo de guerra da Globo"

"Essa reunião nunca existiu", afirmou a presidenta, afirmando que em setembro passado, Palocci já havia contado a mesma história. "A tal reunião e outros encontros mencionados pelo jornal para tratar de acertos de propinas ou de "contratos do pré-sal" jamais existiram. São peças de ficção", disse.

E acrescenta: "A delação implorada do senhor Antonio Palocci tem um problema central. Não está sustentada em provas. E ele não as têm porque tais fatos jamais ocorreram".

Para ela, a versão de Palocci é um "esforço desesperado de obter a liberdade", criando um relato que "busca agradar aos investigadores, na esperança de que possam deixá-lo sair da prisão".

"A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões", enfatizou. "Lamentável é que a "confissão" sem provas tenha se tornado o retrato desses nossos tempos, em que, a cada dia, o Estado de Exceção vai corroendo a frágil democracia e suas instituições. Nada estranho, agora, que até a presunção de inocência passe a ser negada ou esquecida, e sempre combatida", acrescentou.

Para Dilma, o jornal O Globo, ignora os princípios jornalísticos ao não ouvir todas as versões sobre o fatos e sequer publicar qualquer linha sobre o que pensam os advogados dos dois ex-presidentes.

"Não há sequer uma menção de que ambos teriam sido procurados, o que mostraria ao menos um aparente compromisso do jornal com a verdade, base da ética de uma imprensa livre de países democráticos", salientou.

"É preciso reiterar que o jornalismo de guerra praticado pelas Organizações Globo vem tentando eliminar Lula e Dilma da vida política nacional, adotando como regra o justiçamento midiático. Em vão. Não terão êxito", concluiu Dilma.