Além de desmonte do SUS, faltam 1.700 médicos na rede municipal de SP

Segundo apuração da Globo News, por meio da Lei de Acesso à Informação, a rede municipal de saúde de São Paulo tem um déficit de 1.693 profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS).

médicos

A falta de médicos é mais uma das adversidades que atingem a área da saúde. Soma-se a esse quadro a redução dos investimentos pela Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os gastos públicos, e a suspensão da abertura de novos cursos de medicina durante 5 anos.

O estrangulamento dos investimentos nesta área tem se intensificado desde que Michel Temer assumiu. Durante o governo do emedebista foi aprovada a Emenda 95 que congela os investimentos públicos por 20 anos, além da mais recente tentativa de privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS) pela Federação Brasileira de Planos de Saúde para um “Novo Sistema de Saúde”.

De acordo com a proposta da Federação para o SUS, em 2038, apenas metade da população seria atendida no sistema de saúde pública e universal, ou seja, a outra metade dos usuários seria obrigada a contratar um plano de saúde ou pagar consultas e exames particulares.

Diante deste cenário, a cidade de São Paulo enfrenta também a falta de médicos no SUS com uma defasagem de 1.693 profissionais. Procurado pela Globo para comentar o assunto, o secretário municipal de saúde, Wilson Pollara, falou que há dificuldades para preencher vagas médicas. Ele admitiu que as condições de trabalho não atraem médicos para a rede pública.

Os pacientes já afetados pelo desmonte do SUS são também afetados pela falta de médicos. Segundo relatos de usuários à reportagem, os funcionários dos hospitais falam que há falta de médicos e mandam os pacientes irem para outros hospitais.

Há poucos meses, o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a falta de médicos como o principal problema do SUS. Mesmo assim, no início deste mês o governo suspendeu a abertura de novos cursos de medicina durante 5 anos.