Rodoviários do PA pedem respeito e mantêm greve por direitos

Nesta sexta-feira (20) completaram-se dois dias da greve dos trabalhadores rodoviários na grande Belém (PA). Segundo informações das entidades sindicais em Belém, Ananindeua e Marituba a paralisação vai continuar. A greve atingiu 100% do transporte público, de acordo com os dirigentes.

Por Railídia Carvalho

rodoviários pará greve - Reprodução

A justiça decretou abusividade do movimento e multa de 20 mil reais aos ônibus que liberarem a catraca. Para sindicalistas, as decisões violam o direito de greve.

A Central de Trabalhores e Trabalhadoras do Brasil no Pará se solidarizou com os rodoviários. “Nossas entidades se solidarizam aos rodoviários/as e seus Sindicatos em greve, bem como, solicita a compreensão da população neste momento de luta por direitos da categoria rodoviária. A greve acontece nos marcos da reforma trabalhista de Temer-MDB, que ataca os direitos trabalhistas e sindicais. A greve é um marco da luta contra esta reforma e na busca de garantia de direitos, por reajustes salarias e do tíquete-alimentação, readequação da jornada de trabalho para 6h20min, entre outros pontos. Viva a unidade classista, viva a luta dos rodoviários/as!”, afirmou a entidade em nota nas redes sociais.

Os trabalhadores afirmam que a greve foi a única solução que sobrou no momento em que o Tribunal Regional do Trabalho tomou o lado dos patrões. Segundo José Marcos de Araújo, dirigente da CTB-Pará, a Justiça não ouviu os trabalhadores antes de proibir a greve e determinar multa, “Essa decisão precipitada, que atendeu apenas os interesses do lado mais forte da negociação, o lado patronal, que possui o monopólio do transporte público na Região Metropolitana de Belém, deixou os trabalhadores acuados e obrigados a realizar uma forte paralisação”.

Um dos pontos reivindicados é a adoção da biometria para garantir que os trabalhadores recebam horas extras. O empresariado se recusa a adotar esta medida. José Marcos também denunciou os baixos salários; carros e garagens precárias e sucateadas; jornada de trabalho exaustiva e a falta de insegurança para os trabalhadores.