Tropas de Israel matam mais quatro palestinos 

Tropas israelenses mataram quatro palestinos a tiros em novos confrontos na fronteira entre Israel e Gaza nesta sexta-feira (20), elevando para 35 o número de palestinos mortos durante protestos pelo direito de voltarem para sua antiga terra

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Quatro palestinos foram mortos, incluindo um menino de 15 anos, disseram autoridades de saúde palestinas. Ao menos 100 pessoas ficaram feridas por disparos dos israelenses, de acordo com as autoridades.

Longe da divisa, a atriz Natalie Portman, que nasceu em Jerusalém e se mudou para os Estados Unidos aos três anos de idade, se recusou a participar de uma cerimônia em Israel para receber um prêmio de 1 milhão de dólares por causa dos eventos “perturbadores” no país.

Há um mês as manifestações vêm sendo realizadas todas as sextas-feiras como forma de enfatizar as exigências de retorno de refugiados palestinos a seus lares ancestrais no que hoje é Israel. As ações devem terminar no dia 15 de maio.

Com as mortes de hoje, sobe para 37 o número de palestinos assassinados por Israel durante as manifestações da Marcha do Retorno. O total de feridos já ultrapassa a casa dos quatro mil. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde da Palestina até às 15 horas (horário local) apontava 4.279 pessoas feridas nos protestos.

Este é o quarto final de semana de manifestações da Grande Marcha do Retorno que começou no dia 30 de março, Dia da Terra, e se estende até 15 de maio, data da Nakba (catástrofe em tradução do arábe), quando os israelenses expulsaram aproximadamente 800 mil palestinos de suas terras e casas há 70 anos.

Para se proteger dos ataques dos soldados israelenses os manifestantes queimaram pneus. Autoridades de Gaza acusam Israel de disparar inclusive contra jornalistas e médicos. Israel já matou o repórter fotográfico Yaser Murtaja e feriu outros 66 jornalistas. Dados do Ministério da Saúde também apontam 44 médicos feridos e 19 ambulâncias alvejadas por disparos.

Segundo os militares israelenses, no incidente mais recente cerca de 3 mil palestinos estavam criando "tumultos" e tentando se aproximar do que identificaram como "infraestrutura de segurança". As tropas reagiram “com meios de dispersão de tumulto, e estão disparando de acordo com as regras de engajamento”.

Mas, na realidade, a própria ONU e diversas outras entidades vêm denunciando a violência extrema e desnecessária com que Israel tem reprimido manifestações de palestinos na Faixa de Gaza, especialmente após Trump declarar que os EUA reconhecerão Jerusalém como capital israelense- o que também contraria leis estabelecidas pelas Nações Unidas em relação ao direito internacional.

A ONU já condenou, inclusive, o uso continuado de armas de fogo por forças de segurança israelense principalmente contra manifestantes e observadores desarmados. O Órgão também conclamou Israel a respeitar as leis internacionais.