Pressa em entregar Eletrobras: Temer assina decreto sobre privatização

Michel Temer não quer deixar o Planalto sem antes entregar a Eletrobras ao mercado. Ele deve assinar ainda nesta quinta-feira (19) decreto incluindo a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização, segundo auxiliares do Planalto.

temer - Rafaela Felicciano/Metrópoles

A informação foi publicada pelo colunista do G1, Valdo Cruz. Segundo ele, o decreto irá ressaltar que a inclusão não é uma autorização para a privatização da estatal. Isso porque Temer já acertou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a edição do decreto, que vinha sendo postergada diante da demora do Legislativo em aprovar os projetos que permitem a privatização da Eletrobras.

A oposição conseguiu impor várias derrotas ao governo, que perdeu força para levar a proposta adiante. Deputados haviam criticado a decisão do governo de baixar a medida antes de pelo menos a Câmara aprovar a proposta. Inicialmente, a proposta havia sido enviando ao Congresso por meio de uma medida provisória.

Assim que tomou posse como ministro de Minas e Energia, Moreira Franco disse que ia enviar a MP, o que gerou uma reação dos parlamentares e um novo atrito com Rodrigo Maia, que não é contra a privatização, pelo contrário, defende o estado mínimo. No entanto, a estratégia de Maia era demonstrar um certo distanciamento do governo, principalmente nas pautas de interesse do Planalto.

"A expectativa do governo é que ele mantenha as críticas, mas busque acelerar a tramitação dos projetos que autorizam a venda de ações da Eletrobras", disse o colunista do G1.

A pressa do governo não encontra apoio entre os parlamentares, inclusive da base aliada. Deputados dizem que projetos referentes à estatal do setor elétrico não devem ser aprovados pelo Congresso por ser um tema polêmico para ser enfrentado em ano de eleição.