A China, ao contrário de Trump, está atenta à América Latina

Na sexta-feira (13) iniciou a Cúpula das Américas, em Lima, no Peru, evento em que uma reunião de cúpula entre os chefes de Estado do continente americano. Donald Trump quebrou a tradição e se tornou o primeiro líder do país a não participar do encontro; enquanto isso, a China emitiu um comunicado em que diz buscar o desenvolvimento comum com o continente latino-americano

Cupula das Américas

Segundo a Casa Branca, o republicano também desmarcou sua visita a Colômbia, como inicialmente planejado, "para supervisionar a resposta de seu governo à Síria e monitorar os desdobramentos pelo mundo". Trump foi substituído pelo vice-presidente Mike Pence.

Essa teria sido a primeira viagem do magnata à América Latina, na qual faria reuniões bilaterais para discutir a crise na Venezuela, o combate à corrupção, além da imposição das tarifas de aço e alumínio. Nada disso ocorreu.

Trump não tem cultivado uma boa relação com seus vizinhos do sul, especialmente devido a construção do muro na fronteira com o México e as ameaças contra a Venezuela, inclusive de possível invasão. 

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, disse durante a Cúpula das Américas que a América Latina se beneficiou mais das exportações de valor agregado para os EUA do que das crescentes vendas de matérias-primas para a China, e prometeu que Washington não cederá a liderança na região.

Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que a cooperação entre China e América Latina é de igualdade e benefícios mútuos e não tem como alvo qualquer terceira parte.

"Se a China é ou não é um bom parceiro cooperativo da América Latina, ninguém conhece melhor do que as pessoas latino-americanas", disse ela.

De fato, a China é atualmente o segundo maior parceiro comercial da América Latina, disse, acrescentando que as empresas chinesas criaram mais de 1,8 milhão de empregos na região.

Hua disse que a China está pronta para trabalhar com os países latino-americanos para expandir a cooperação mutuamente benéfica e de ganhos recíprocos, pedindo às pessoas nos Estados Unidos que respeitem o fato e a vontade dos países latino-americanos, considerem objetivamente as relações China-América Latina e façam mais para beneficiar o desenvolvimento da região.