Centrais denunciam violações em ato em frente a PF em Curitiba

As principais centrais sindicais brasileiras estiveram nesta quarta-feira (18) em Curitiba para dar início à mobilização do primeiro de maio unificado na capital paranaense. Além de entrevista coletiva, os dirigentes estiveram em frente à Polícia Federal, que mantém preso político o ex-presidente Lula, para denunciar as violações às garantias democráticas.

Adilson Araújo entrevista coletiva primeiro de maio em Curitiba - reprodução

“Estivemos em frente à Polícia Federa para demonstrar o nosso apreço ao sindicalista e ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que foi capaz de nos dois mandatos valorizar o trabalho, gerar emprego e valorizar as organizações sindicais”, declarou ao portal Vermelho João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

De acordo com ele, a presença das centrais em Curitiba mostra a força da unidade das organizações. "Estamos organizando um primeio de maio unificado aqui em Curitiba no sentido da garantia dos direitos dos trabalhadores e para garantir que no debate eleitoral para presiente não se esqueçam dos trabalhadores e de apontar para o desenvolvimento econômico com a geração de emprego e valorização da indústria no Brasil", completou Juruna.

Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmou que o cenário vivido no país é de um “escandaloso assalto à democracia” com o objetivo de destruir nossa soberania e entregar nosso patrimônio. “A luta pela liberdade de Lula é também a luta contra um projeto fascista e de brutal retirada de direitos", afirmou Adilson.

Ele lembrou que "o 1º de Maio unificado reflete o comprometimento das centrais sindicais e da classe trabalhadora com os rumos do país. Não haverá um Brasil forte, com crescimento e mais justo nos marcos do projeto que tomou de assalto nossa democracia. A prisão de Lula é política e por trás dela está o projeto de Brasil sem direitos, sem liberdade e que amplia a fome e pobreza do nosso povo", completou em declaração ao portal CTB.

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre, afirmou ao Portal Vermelho que a prisão de Lula, que lidera as pesquisas para a presidência da República, é causada pelo medo que as elites têm de uma recuperação do Estado brasileiro de volta ao caminho da valorização do emprego e da inclusão social.

“Lula governou para os trabalhadores e não permitiria as privatizações, a entrega do pré-sal do banco do Brasil. As centrais sindicais vão fazer um primeiro de maio, unificado, o que é uma coisa inédita e simbólica. AS grandes conquistas dos trabalhadores vieram quando estavamos unidos quando nos separamos perdemos”.

Canidé Pegado, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores, avaliou que o ato desta quarta serviu para denuncia que a constituição brasileira foi rasgada. Ele lembrou que o processo jurídico contra Lula foi seletivo e que o ex-presidente não teve assegurada suas garantias que a Constituição prevê. “A justiça tem que ser para todos e não mudar as regras no meio do caminho porque as eleições estão chegando. Hoje confirmarmos cada vez mais a unidade dos centrais em defesa das garantias democráticas e dos direitos dos trabalhadores”, disse.

Participaram da atividade em Curitiba dirigentes da Nova Central Sindical de Trabahadores, Central dos Sindicatos Brasileiros e Intersindical.

Confira abaixo documento divulgado pelas centrais sindicais que orientará a organização do 1º de maio em todo o país:

1º DE MAIO UNIFICADO – 2018

CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT

Os trabalhadores enfrentam enormes desafios no Brasil e no mundo para superar as desigualdades, para combater o arrocho salarial e a precarização das condições de trabalho, para barrar a insegurança na proteção social, para impedir os assassinatos e prisões de militantes e lideranças populares, para enfrentar e denunciar a discriminação social, racial e contra as mulheres, para bloquear o cerceamento da liberdade e o ataque à democracia.

A luta é o sentido da vida sindical e a unidade é a nossa decisão política.

Por isso, faremos um Ato de 1o de Maio histórico em Curitiba, nacional e unitário, coroando as inúmeras manifestações que faremos em todo o país e em sintonia com todos os trabalhadores.

Estamos juntos em Curitiba lutando por:

Nenhum direito a menos
Contra a reforma trabalhista que destrói os direitos dos trabalhadores e os sindicatos.
Emprego para todos
Política econômica para gerar empregos para 13 milhões de desempregados e para 12 milhões de subocupados.
Qualidade dos empregos (contra precarização e insegurança).
Valorização do salário mínimo
Manutenção da política de valorização do salário mínimo.
Seguridade e Previdência Social
Financiamento e gestão da seguridade e da previdência social voltados para sua sustentabilidade.
Políticas públicas
Fim da Lei do teto do gasto público.
Saúde, educação, moradia, transporte e segurança pública.
Políticas públicas de qualidade para todos.
Fortalecimento sindical
Reorganização sindical para aumentar a representatividade dos trabalhadores.
Financiamento sindical decidido pelos trabalhadores em assembleia.
Democracia e eleições livres
Justiça, sim. Perseguição, não. Liberdade para Lula!