Wagner Gomes: 1º de maio: uma andorinha só não faz verão

Em uma iniciativa inédita e histórica, as centrais sindicais CTB, CUT, FS, UGT, NCST, CSB e Intersindical aprovaram em reunião na última quinta-feira (12) um ato de 1º de Maio unitário, de caráter nacional, em Curitiba, para demonstrar apoio ao ex-presidente Lula.

Wagner Gomes*

protesto 10 de novembro 2017 centrais contra reforma trabalhista (Tiago Macambira) - Tiago Macambira/Jornalistas Livres

As circunstâncias que conduziram as entidades nacionais a este ineditismo – nunca houve um ato de Dia do Trabalhador unitário desde a legalização das centrais em 2008 – teve um fator desencadeador que foi a prisão política de Lula. No entanto, traz consigo uma necessidade imperiosa de aglutinação dada a gravidade da crise política, econômica e institucional que vivemos.

Neste feito, as centrais reafirmam seu papel no movimento sindical e sua característica de vanguarda ao definirem uma plataforma única a ser lançada no evento: Luta contra as reformas trabalhista e previdenciária; Fortalecimento do movimento sindical; Defesa do emprego; Retomada do crescimento com valorização do trabalho; Defesa das políticas públicas; Defesa da democracia; Liberdade para Lula.

Mesmo financeiramente asfixiado pela lei celerada, o movimento sindical brasileiro entende que a necessária estabilização do país passa pelo processo eleitoral de outubro e que sua tarefa é auxiliar tanto no debate (como a plataforma já demonstra) quanto na luta para garantir um pleito regular e lícito em outubro, bem como a eleição de candidatos comprometidos com as citadas macropropostas.

Este gesto de grandeza ímpar – assim como são todos os gestos de solidariedade – pode extrapolar a simbologia e a unidade pontual de ação e se tornar um grande movimento pela democracia, pela legalidade e pela reconquista dos direitos dos trabalhadores e trabalhadora brasileiros.

*Wagner Gomes é metroviário e secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB)