Lula Livre: Esperança mobiliza mulheres em acampamento de Fortaleza

Lute como uma mulher! Elas acreditam, constroem e alcançam. Com destacada adesão delas, o “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre”, que ocupa a Praça Murilo Borges (da Justiça Federal), em Fortaleza, desde a última quarta-feira (11), segue com a força de todos e todas que sonham.

Lula Livre: Esperança mobiliza mulheres em acampamento de Fortaleza

A combinação de sensibilidade, força e esperança está no sorriso de cada uma. Quer seja bordando, criando cartazes, cantando, cuidando uns dos outros, lutando e defendendo ideais, as mulheres são a marca da ocupação cearense. De bonés, batons, rabos de cavalo, camisetas coloridas, vestidos ou calças, a convicção na defesa dos ideias é comum a todas.

Neste sábado (14), terceiro dia de acampamento, elas continuavam lá. Josiane Frota, funcionária de uma loja de eletrodomésticos localizada em frente à ocupação, elogia a coragem das mulheres. “Admiro o motivo e a atitude de elas estarem aí. É o que dizem: somos guerreiras mesmo”, enaltece. A aposentada Iraci Sousa, que passava ao lado da ocupação para pegar o transporte coletivo, também disse se sentir feliz de saber que tanta gente abre mão do seu tempo pra ajudar os outros. “Ainda bem que ainda tem gente assim”, confidencia.

Entre tesouras, linhas e tecidos, Nazaré Antero ajudava a bordar uma colcha de retalhos feita pelas mulheres cearenses para Lula. Uma das líderes do movimento Mulheres do Ceará com Dilma, ela afirma que vai diariamente ao acampamento levar apoio e solidariedade aos que ocupam o espaço em defesa do ex-presidente e, acima de tudo, da democracia. “Precisamos estar aqui e reforçar este movimento. Ver tantas mulheres e jovens me enche de esperança. Sinto um compromisso social, de cidadã brasileira de defender esta causa. O que me move é uma resistência gritante, de indignação com toda violência que estamos sofrendo, principalmente com o que fizeram com nosso presidente. Lamento que ele tenha que ter sido preso para que mexesse com o coração das pessoas”.

Como parte da programação da manhã deste sábado, aconteceu a Feira Cultural da Reforma Agrária no acampamento. Dona Maria de Jesus montou sua banquinha onde vendia caldo de cana, coalhada, bolos e mudas de plantas e ervas. Membro do Movimento Sem Terra (MST), do assentamento Bernardo Marin II, diz que antes de tudo está lá para defender “Lula livre”. “Não admitimos a prisão do maior líder desse país, acreditamos na sua inocência e sabemos que existe a judicialização da política. A população precisa se unir e pressionar todos os poderes que aprisionam, além de Lula, cada um de nós”.

A médica Teresinha Braga Monte também se solidariza com manifestantes e mulheres. Membro da direção estadual do PCdoB no Ceará, ela destaca o simbolismo da ocupação, como exemplo forte de luta pela democracia. “Além disso, defendemos Lula e lutamos contra a forma injusta e arbitrária que determinaram sua prisão, rasgando a Constituição. Isso tem levado os brasileiros a repudiar este gesto. Nós, mulheres, com sensibilidade e protagonismo, reforçamos esta mobilização”, considera.

Teresinha relembra que foi no governo Lula, ratificado por Dilma, que as mulheres passaram por maior empoderamento. “No programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, eram as mulheres que recebiam o título da casa. Várias delas assumiram Ministérios e cargos de destaque. Desde então, temos tido papel ainda mais importante”, considera.

Ela reforça ainda que a mobilização ultrapassa a defesa da democracia. “Estamos hoje também em solidariedade às mulheres da Síria, que foram vítimas do brutal e insano ataque comandado pelos Estados Unidos. Além delas, hoje completa um mês do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) e de Anderson Gomes e nada foi esclarecido. Manifestamos nossa solidariedade e exigimos a apuração e punição dos culpados”, defende.

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Pela manhã, na programação do acampamento, teve alvorada, tribuna livre, Feira Cultural da Reforma Agrária, construção coletiva da Colcha de Retalhos das Mulheres para Lula e o debate: Mulheres Negras na Política Movendo as Estruturas.

A tarde, na programação, show de Cecéu, Damas Cortejam, oficina de produção de materiais para o ato MARIELE VIVE. A noite, a partir das 18h terá Ato-show MARIELLE VIVE, LULA LIVRE, com a participação de Fran DDK, Joana Limaverde, Ercilia Lima, Arice Moraes e Luh Lívia.