Divanilton Pereira: Legado de Lula extrapolou as fronteiras do país

A prisão política do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva tem gerado protestos na América Latina e no mundo. Mantido na sede da polícia Federal em Curitiba desde o dia 7, Lula ultrapassou a condição de liderança nacional. A opinião é do secretário geral adjunto da Federação Sindical Mundial (FSM), Divanilton Pereira, também vice-presidente nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Por Railídia Carvalho

LUla Livre no Panamá - Hernan Vargas

“O pertencimento de classe e esse legado extrapolaram as fronteiras do Brasil. A narrativa internacional com protestos pelo mundo é uma narrativa que vem ao encontro da ealidade do Brasil. Não é à toa que são centenas de eventos de solidariedade a Lula em embaixadas, ruas, praças. Isso não é por acaso”, analisou Divanilton em entrevista ao portal Vermelho.

O dirigente afirmou que a prisão de Lula não é um fato isolado no continente e busca atender interesses estadunidenses. “O conjunto de desestabilizações na América Latina é uma grande estratégia que tenta reposicionar o nosso continente aos ditames estadunidense", enfatizou Divanilton.

Ele lembrou que José Serra, após ser nomeado por Michel Temer para o Ministério das Relações Exteriores, elegeu entre os 10 itens do seu ministério a recomposição política diplomática entre o Brasil e os EUA. “O Brasil, pela sua pujança populacional e industrial, é parte dessa recomposição junto aos interesses dos EUA assim como México, Argentina e Venezuela. Lula representa uma política externa soberana, integracionista e multilateral", completou.   

Divanilton defendeu a criação de uma Frente Ampla diante da ofensiva conservadora que o Brasil enfrenta. Segundo ele, a Frente precisa extrapolar os marcos da esquerda em defesa da democracia, da soberania, dos direitos e pela liberdade de Lula.

"Precisamos ter a capacidade de incorporar importantes e amplos setores. Se o Brasil caminha para uma abismo econômico e tem dificuldades sociais enormes, a democracia vem em primeiro lugar. Não há garantia hoje que teremos eleições em outubro. Mudar esse quadro é uma tarefa de muitos e muito ampla para evitar que a nossa democracia continue sendo atacada em um momento em que a constituição federal vai compeltar 30 anos".