Governadores vão a Curitiba em defesa da democracia e em apoio a Lula

O encontro dos governadores com o ex-presidente foi impedido por decisão do juiz Sérgio Moro, que chamou a visita de "privilégio". O mesmo pedido foi feito à vara de execução penal, a juíza federal Carolina Lebbos, responsável por executar a pena, que também negou o pedido.

Os governadores deixaram uma carta a Lula que diz: "Estimado presidente Lula, querido amigo Estivemos aqui e sempre estaremos. Ao seu lado, firmes na luta Infelizmente, a Lei de Execução Penal não foi cumprida adequadamente e não podemos abraçá-lo pessoalmente. Mas, por nosso intermédio, milhões de brasileiros e brasileiras estão solidários e sendo sua voz por um Brasil justo, democrático, soberano e livre. Lula livre! Forte e fraterno abraços".

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB)aifrmou: "Estou em Curitiba junto com outros colegas governadores visando registrar a nossa solidariedade pessoal e política ao presidente Lula. Temos a convicção de que há um erro jurídico imenso tanto no tocante ao mérito, ou seja, ao caso do dito apartamento tríplex que não sustenta uma condenação desse tipo, como também sabemos que não houve o esgotamento dos recursos que a Constituição e a lei brasileira asseguram a todos os brasileiros".

Além de Flávio Dino, o grupo de governadores inclui Paulo Câmara (Pernambuco), Ricardo Coutinho (Paraíba), Wellington Dias (Piauí), Renan Filho (Alagoas), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Robinson Faria (Rio Grande do Norte) e, Belivaldo Chagas (Sergipe).

Segundo Flávio Dino, que é professor de Direito Constitucional e juiz aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso que prestou Sérgio Moro, a condenação e prisão de Lula é política.

"Estamos diante de uma prisão de caráter mais político do que jurídico. Há uma clara violação à Constituição e ao artigo 283 do Código de Processo Penal, uma vez que não houve o trânsito em julgado. Por isso, defendemos a liberdade do ex-presidente Lula, os seus direitos políticos, mas estamos defendendo a integridade e autoridade do sistema jurídico, da Constituição e das leis para todos os brasileiros", argumentou. "É uma causa que deve unir todos os patriotas, democratas e todos aqueles que sabem a importância do cumprimento da legalidade e da democracia em favor de todos. Lula Livre!", concluiu o governador.

Ao deixar a Superintendência da PF, os governadores participaram de um ato com os manifestantes que acampam nas proximinidades do prédio onde Lula está preso. "Existe um processo muito grave para demosralização da política, colocando a política como algo menor", enfatizou Ricardo Coutinho (PSB), governardo da Paraíba. "Parece surreal que o maior presidente da história desse país, possa estar pagando uma pena que cabe recurso e num processo que não tenha uma prova", frisou. 

Flávio Dino disse que é preciso garantir a Lula os direitos “que qualquer outro preso tem acesso”. “Não se trata de pedir tratamento diferenciado ao Lula e, sim, de querer tratamento digno. Ele não tomou banho de sol até agora, por exemplo”, destacou.

"Eu fiquei surpreso com o fato de não termos conseguido que o presidente Lula tivesse um direito respeitado e assegurado na Lei de Execução Penal que é o direito à visita, está no artigo 41 infelizmente mais uma decisão inexplicável em que se considerou que seria uma espécie de privilégio", denunciou Flávio Dino, aos manifestantes.

Para Dino, "privilégio é o que não está na lei e, nesse caso, está na lei a previsão de visitas".

"Foi negado de modo que deixamos o registro da nossa indignação e, ao mesmo tempo, manifestamos a nossa solidariedade pessoal e política ao ex-presidente Lula mediante entrega de uma carta assinada por três senadores. Vamos continuar insistindo para que esse direito do ex-presidente Lula seja respeitado", afirmou.

“Estamos fazendo uma comitiva de governadores do Nordeste para fazer uma visita de solidariedade ao presidente. O Lula, ao meu ver, foi o maior presidente da história deste país. Ele olhou para o Nordeste e tirou milhões de brasileiros da extrema pobreza, dando dignidade aos mais pobres”, afirmou o governador do Ceará Camilo Santana (PT).