Luta continua: Trabalhadores defendem legado de Lula em defesa do povo

O decreto relâmpago de Sérgio Moro para prender o ex-presidente Lula fortaleceu a unidade das centrais sindicais contra a retirada de direitos. Neste sábado (7) a Polícia Federal deverá cumprir a ordem. Dirigentes sindicais apontaram ao Portal Vermelho que o cenário de resistência prosseguirá defendendo as políticas públicas criadas pelo ex-presidente que tornaram concretos os direitos pactuados na Constituição Federal de 1988.

Por Railídia Carvalho

lula

“O Brasil que sonhamos está resistindo aqui”, declarou Rafael Marques, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, entidade na qual Lula se tornou uma liderança sindical nacional no final dos anos 70. “O simbolismo é a unidade, essa unidade que nos permitiu derrotar a ditadura, eleger lula e Dilma duas vezes e é com essa unidade que defenderemos o legado de Lula para a maioria do povo brasileiro.”

Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmou que a prisão de Lula é uma estratégia das elites para voltar ao poder. “Eles não aceitam a proposta de um país que se preocupa com os problemas centrais do povo: saúde, educação, saneamento. Quem está sendo preso aqui é o Lula mas simbolicamente o alvo são as propostas pactuadas em 2002 através da Frente Brasil Popular”, avaliou o sindicalista.

O dirigente passou a sexta-feira (6) junto ao comando que negociou com a polícia federal. “O que está em jogo aqui é o que fazer do Brasil e o que fazer para o povo. Os banqueiros, os empresários, os latifundiários, a direita nunca vai aceitar um programa que beneficie a maioria do povo. Podem inclusive mexer no calendário das eleições se não tiverem certeza que vão vencer. Será o golpe e não foi para brincar. Por isso é fundamental a unidade do setor popular, sindical, movimentos sociais e partidos democráticos que defendem a democracia no Brasil”, reforçou Wagner.

O clima de “quem será o próximo alvo da direita” foi destacado pelo dirigente metroviário Wagner Fajardo em entrevista ao Portal Vermelho. “Essa prisão do Lula representa a prisão do próprio povo. Um processo fraudado que desfigura todo o processo democrático do país. Vamos passar a ter um preso político de grande envergadura. Um preso que mancha o Brasil como um país não democrático. E nesse sentido a luta do povo vai ser de resistência e de denúncia porque com certeza eles não vão parar no Lula”, disparou Fajardo.

Para o dirigente metroviário, a prisão de Lula deixa claro que o Brasil vive um período de “pré-fascismo”. “Do jeito que a gente viu as coisas nas últimas semanas, um STF [Supremo Tribunal Federal] curvado ao fascismo, não podemos esperar coisa boa. Um Congresso que é dirigido por um Rodrigo Maia. Um governo completamente marcado pelo entreguismo e pelos ataques ao povo. Neste cenário a prisão do Lula é uma grande derrota mas também é o momento de maior resistência para a gente poder entender. Quem não acreditava que estávamos vivendo o pré-fascismo agora vai ficar muito claro. Só não entende quem não quer”, afirmou.

Rafael destacou a trajetória de Lula e disse a resistência que se viu em São Bernardo é fruto de um Brasil que luta por um país transparente, mais igualitário e contra a corrupção, bandeiras estruturadas por Lula nos mandatos dos governos populares. “Lula continua sendo mesmo com todo o ódio da mídia um político aprovado em larga escala e favorito às eleições. Essa casa é dos trabalhadores. Foi aqui nas greves do ABC que a ditadura sofreu sua principal derrota e essa resistência vai derrotar esse movimento conservador fascista no Brasil. Para isso temos que continuar trabalhando a nossa unidade.”