Massacre sionista continua em Gaza 

Tiros israelenses mataram mais um palestino em Gaza nessa quinta-feira (5), elevando para 20 o número de mortos pelos ataques do exército israelense na região. O governo de Israel mantém a ordem de disparar contra manifestantes, e ministro da defesa israelense elogiou seus soldados ignorando os pedidos da comunidade internacional

Exército de Israel na Faixa de Gaza - Reuters

O Ministério da Saúde da Palestina atualizou o número de mortos e feridos na carnificina promovida por Israel na última sexta-feira, 30, durante a Grande Marcha do Retorno. O órgão informa que 20 pessoas morreram desde a última sexta-feira, 30, e que há mais de 1.500 feridos, muitos deles em estado grave, segundo divulgou o Instituto Brasil Palestina. 

Shadi Hamdan al-Kashif, 34 anos, que havia sido baleado na cabeça na sexta, morreu nesta quinta, 5. Outro palestino foi executado por soldados israelenses, nesta quinta, perto da fronteira leste da Faixa de Gaza. A identidade do homem ainda não foi revelada. “O corpo foi levado para o complexo médico de Al-Shifa, em Gaza. Estamos no processo de identificação", disse o porta-voz do Ministério, Ashraf al-Qidra, em comunicado.

Ainda segundo o Instituto, a Grande Marcha do Retorno marcou o Dia da Terra, quando há 42 anos, no dia 30 de março de 1976, seis palestinos foram mortos por soldados israelenses quando protestavam contra um plano expansionista de Israel sobre territórios da Palestina.

As manifestações para reivindicar o direito de retorno dos palestinos ao território ocupado por Israel se estendem até o próximo dia 15 de maio, quando serão lembrados os 70 anos da Nakba (catástrofe em arábe), que expulsou mais de 800 mil palestinos de suas terras e casas para colocar em seu lugar colonos israelenses.

O Governo de Israel disse nessa quinta-feira (5) que mantém as instruções para que os soldados disparem na fronteira com a faixa de Gaza, caso sejam provocados, mesmo depois da organização não-governamental israelita B’Tselem ter pedido às tropas para desrespeitarem as ordens. Um novo confronto sangrento nas manifestações marcadas para sexta-feira (6) é, portanto, muito provável. Do lado palestino não há armas, têm sido arremessadas pedras, mas do lado de Israel estão a ser usadas balas reais.

A ONU e a União Europeia criticaram a reação israelense aos protestos dos palestinos, e pediram um “inquérito independente” em relação a utilização de balas reais.

“Se houver provocações, haverá uma reação das mais duras, como aconteceu a semana passada. Não temos a intenção de alterar as instruções de tiro, mantemos a mesma diretiva”, disse o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, em declarações à rádio pública.

No domingo (1), Lieberman rejeitou os apelos da comunidade internacional para investigar a violência do exercito israelense que havia assassinado 17 palestinos e ferido mais de 1400 nos protestos na Faixa de Gaza. “Acho que eles merecem uma medalha”, disse o ministro sobre seus soldados.