Evo compara Guerra das Malvinas com sua disputa marítima com o Chile

O presidente da Bolívia, Evo Morales, lembrou o aniversário da Guerra das Malvinas – marcado no dia 2 abril – e disse que a Argentina vai conseguir recuperar as ilhas do Sul das mãos de Grã-Bretanha, da mesma forma que seu país vai conquistar uma saída para o mar na disputa com o Chile.

Evo Morales

"Como hoje, 1982, a Guerra das Malvinas começou, quando a Argentina tentou recuperar o território ilegalmente apreendido pelo imperialismo, mais cedo ou mais tarde vamos conseguir o mar para a Bolívia e as Malvinas para a Argentina, reivindicações que a grande nação nunca vai renunciar", disse Evo em sua conta no Twitter.

A Argentina reivindica a soberania do arquipélago desde 1833, ano em que o Reino Unido passou a ocupar as ilhas.

Desde então, Buenos Aires e Londres mantêm uma disputa sobre a soberania da região, o que levou a ditadura da Argentina (1976-1983) a tentar recuperar a área com uma guerra, em abril de 1982, que culminou em 14 de junho com a derrota argentina e com quase 1.000 mortes dos dois lados apenas durante o conflito armado.

O Reino Unido e a Argentina retomaram suas relações diplomáticas em fevereiro de 1990, durante a administração de Carlos Menem (1989-1999).

A Argentina mantém sua reivindicação de soberania sobre o arquipélago, que foi aceita pelo Comitê de Descolonização da Organização das Nações Unidas.

Evo também disse por meio de uma postagem no microblog que seu governo começou em 2013 uma disputa marítima contra o Chile perante a Corte Internacional de Justiça (TIJ), para exigir que Santiago sente para negociar com a Bolívia uma saída soberana para o Oceano Pacífico.

No final do mês passado, os dois países apresentaram seus argumentos perante a TIJ, e agora estão aguardando o tribunal internacional deliberar e anunciar uma data para a entrega da sentença final.

A Bolívia perdeu sua faixa litorânea para o Chile durante a chamada Guerra do Pacífico (1879 – 1883).