Doria sai candidato, mas provoca debandada no PSDB

O golpe fez ruir também os partidos que o construiram. A crise no PSDB é o maior exemplo disso. João Doria demoliu o ninho tucano em São Paulo provocando a debandada de diversas lideranças em pleno ano eleitoral.

Doria - .

Geraldo Alckmin deve deixar o governo dia 6 de abril para disputar a Presidência da República, mas a saída do governo deve ser acompanha da retirada de tucanos históricos que se alinharam com seu sucessor ao governo, Márcio França (PSB).

A crise é tanta que a cúpula da legenda já ameaça expulsar prefeitos e lideranças locais que apoiarem França em vez de subir no palanque de João Doria, pré-candidato ao governo pelo PSDB.

“Os prefeitos que apoiarem candidatos de outros partidos enfrentarão um processo de expulsão”, disse o presidente do PSDB de São Paulo, deputado estadual Pedro Tobias, em entrevista ao Estadão.

As ameaças parecem não ter o efeito esperado. O líder do governo na Assembleia, Barros Munhoz, já anunciou sua saída do PSDB para o PSB. “A candidatura do França é mais consistente que a do Doria. O prefeito não cumpriu o compromisso que tinha com o povo de São Paulo”, admitiu o deputado.

Barros Munhoz deixa o PSDB após 15 anos, período no qual foi duas vezes presidente da Assembleia Legislativa e líder dos governos José Serra e Geraldo Alckmin. “A maioria dos prefeitos do interior tem muito mais identidade com Márcio França do que com o João Doria”, acrescentou o deputado, dizendo ainda que a “grande maioria” dos líderes do PSDB na base vai apoiar o pessebista.

Além de Munhoz, a debandada também já inclui o Coronel Telhada, que vai para o PP, e o vereador Mário Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e tio do futuro prefeito, Bruno Covas, que foi para o Podemos para fazer campanha para França. A campanha de Doria já não contava com tucanos como o ex-senador José Aníbal e o ex-governador Alberto Goldman.