Lutar sempre para derrubar o fascismo e reverter o golpe

Faço parte da geração que cresceu nos anos 90, passando fome e frio, produto das políticas neoliberais. E sobrevivi e resisti. No ano de 2011, respirando novos ares, chegue ao Brasil. Isso foi resultado das políticas públicas do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, a quem agradeço profundamente por me dar a oportunidade de estudar em uma Universidade Pública (Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila)

Por Besna Yacovenco*

Besna Yacovenco - Ricardo Stuckert

No ano de 2012, ao lado de vários camaradas continuamos a luta contra o avanço da direita na América Latina, especificamente no Paraguai, onde manifestamos a nossa indignação sobre o golpe parlamentar no país vizinho contra o presidente Fernando Lugo Méndez.

No ano de 2013, acompanhamos as manifestações de junho no Brasil, prestando muita atenção sobre as consequências desses fatos, principalmente como a direita usou essas marchas para criar seu discurso anti-PT.

No ano de 2014, abraçamos a campanha de reeleição da presidenta Dilma porque encontramos nesta mulher honesta o compromisso com a integração solidária da América Latina. Esta candidata enfrentava Aécio Neves, candidato entreguista com um projeto de privatizações do Brasil, opositor ao Mercosul e à Unasul e próximo à Aliança do Pacífico, responsável por construir o seu aeroporto privado com dinheiro público e usá-lo para o tráfico de drogas ilegais. Em frente a este cenário, dissemos não nas urnas ao recuo colonial, imperialista e patriarcal de Aécio, e decidimos continuar avançando com Dilma.

Logo após escolher Dilma novamente presidenta, tivemos que redobrar os esforços para defender o seu mandato e a democracia no Brasil.

No ano de 2015, pontualmente em março, começamos a denunciar os abusos arbitrários da direita nestas terras. Informando que o Congresso Nacional, o poder judiciário e os meios hegemônicos de comunicação, como a Rede Globo, promoveram e financiaram um golpe de Estado parlamentar no Brasil. Realizamos intervenções, passeatas, panfletos, vídeos, assembleias para defender a democracia.

No ano de 2016, acompanhamos os golpistas que procuravam oprimir as conquistas do povo no Congresso Nacional. Senadores criminosos como Aécio realizaram o impeachment sem crime de responsabilidade sobre a presidenta Dilma. O golpe de Estado parlamentar.

No ano de 2017, ano em que o golpe de Estado se consolidou contra trabalhadores, contra estudantes e contra a soberania na América Latina, o "presidente" golpista Michel Temer e congressistas conservadores e neoliberais, com apoio de empresários fascistas, foram responsáveis pelo pior e maior retrocesso na história do Brasil. Atacaram os direitos trabalhistas e sociais, congelaram por vinte anos o investimento na educação e na saúde, destruíram as garantias dos trabalhadores e seus sindicatos, legalizaram novas formas de escravidão, entregaram o pré-Sal a empresas estrangeiras para enfraquecer a Petrobras, reduziram programas como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família e extinguiram Ciência Sem Fronteiras e Farmácia Popular. Mas a resistência sempre esteve presente em cada momento, opondo-se a cada ataque.

No ano de 2018, as políticas do governo golpista e ilegítimo continuam a desmontar o país, e as forças fascistas querem pôr na prisão o maior representante e líder operador da América Latina, porque sabem que se aproximam as eleições. Há anos que perseguem a Lula, querem condená-lo sem provas para encerrar as nossas esperanças. Mas aqui estamos, dizendo que somos milhões de Lulas e que a esperança não se tranca!

Confesso que estou tomada pela indignação. Mas alerto: não estou desgastada ou cansada, como os golpistas querem, pelo contrário estou com forças para continuar a lutar pela democracia, pela soberania, pelo direito de viver na América Latina.

Aos golpistas de plantão, falsos patriotas, canalhas, informamos que estamos em movimento e que não temos medo:

Aos meus camaradas, aos meus irmãos e irmãs, os e convido:

A redobrar a esperança.
Que sua batida insista
No nosso sangue.
Para que esta nunca se esqueça do seu rumo.

Porque o coração não quer
Cantar mais retiradas.
Porque o coração não quer
Cantar mais retiradas…
Lutar sempre