Parlamentares acompanham avanço das investigações no caso Marielle

A Comissão Externa da Câmara criada para acompanhar as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, se reuniu nesta quarta-feira (28) com o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, para acompanhar o andamento das investigações do caso.

Comissão externa caso Marielle - Divulgação

Marielle e Anderson foram mortos a tiros no último dia 14 de março. Uma assessora da vereadora do PSol sobreviveu ao ataque.

O crime ocorreu no bairro do Estácio, região central do Rio. Mulher negra, feminista e ativista dos direitos humanos, Marielle havia denunciado abusos em ações policiais dias antes de ser assassinada. Desde a morte da vereadora e de seu motorista, atos e protestos foram realizados em ao menos dez capitais do país e em cidades dos Estados Unidos, Portugal, Chile e Argentina. Entidades nacionais e internacionais denunciaram o Brasil à Organização das Nações Unidas para pedir apoio na cobrança por empenho das autoridades brasileiras na solução do crime e na proteção de ativistas políticos.

A vice-coordenadora da comissão, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse à imprensa após a reunião com o responsável pelo caso, que está confiante de que o crime será elucidado.

“Há total integração de inteligência no caso, mas a investigação corre sob sigilo. Consideramos que foi um crime de execução política, mas saímos confiantes de que a investigação tem prioridade e que o caso será elucidado”, disse Jandira.

De acordo com o deputado Glauber Braga (PSol-RJ), o grupo foi informado de que há avanços na investigação, mas como o caso corre sob sigilo, as linhas de atuação da polícia não foram abertas ao grupo.
“O que a gente teve como resposta é que eles estão com a estrutura necessária para tocar as investigações. Existe prioridade e motivação para investigar”, afirmou.

Também participaram da reunião os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ) e Wadih Damous (PT-RJ), além do prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT).

A reunião pautou ainda a chacina dos cinco jovens em Maricá, na região metropolitana do Rio, no último domingo (25). De acordo com a polícia, os jovens foram surpreendidos por homens armados em uma moto no momento em que estavam na área de convivência do conjunto habitacional Carlos Marighella, do programa Minha Casa, Minha Vida, em Itaipuaçu.

Os parlamentares e o prefeito de Maricá também cobraram celeridade nas investigações do caso.

“Uma chacina absolutamente cruel, que carrega um simbolismo grande. Tivemos num curto espaço de tempo esses crimes todos. Então, viemos trazer a cobrança e recebemos a informação de que o caso está andando. A gente só desarma e enfrenta a violência quando acaba com a impunidade. É fundamental que a gente não naturalize a morte de jovens, de pobres, nas comunidades do Rio de Janeiro”, afirmou Horta.