Coreia Popular pede que EUA adotem atitude séria para paz

A Coreia Popular disse nessa segunda-feira (26) que seus esforços para buscar melhores laços com a Coreia do Sul estão recebendo amplo apoio internacional, e pediu que os Estados Unidos interrompam a imposição de sanções e a pressão sobre Pyongyang

Por Alessandra Monterastelli *

coreia norte

Ri Jong Hyok, diretor do Instituto de Reunificação Nacional da Coreia Popular e vice-chefe da Suprema Assembleia do Povo, disse que seu país busca construir um “justo e pacífico novo mundo, livre da agressão e da guerra”, segundo informações da Reuters. 

Nada pode impedir o objetivo do diálogo intercoreano e da reunificação, disse à assembleia geral da União Interparlamentar, em Genebra. Os esforços da Coreia Popular para melhorar os laços bilaterais com a Coreia do Sul agora recebem um “amplo espectro de apoio” internacionalmente, disse.

“Agora é o momento de colocar um fim à anacrônica política hostil anti-RPDC dos Estados Unidos e a suas fúteis ações de sanções e pressão”, disse Ri, usando o nome oficial do país, República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

A posição consistente da Coreia Popular é de resolver todos os problemas por meio do diálogo e da negociação, disse.

“Os Estados Unidos devem entender devidamente nossa posição e sair de uma maneira sincera e séria para contribuir positivamente para a manutenção da paz e da estabilidade na península coreana”, disse Ri, ainda segundo a Reuters. 

As duas Coreias realizarão na próxima quinta-feira (29) uma reunião de alto nível para preparar a cúpula prevista para o final de abril entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder da Coreia Popular, Kim Jong-un, segundo anúncio feito neste sábado por Seul. O encontro entre os líderes dos dois países é histórico, uma vez que as Coreias nunca assinaram um acordo de paz, apenas um armísticio. O momento está sendo observado internacionalmente com esperanças de um acordo e reaproximação entre Sul e Norte, após décadas de brigas e ataques. 

A reaproximação acontece após um momento turbulento, especialmente entre a Coreia Popular e os Estados Unidos. Pyongyang via como única forma de conseguir assegurar um diálogo igualitário com os EUA o desenvolvimento de armas nucleares, para estar no páreo com o país conhecido pela sua tática imperialista e o crescente desenvolvimento de arsenal nuclear. Os testes balisticos do país asiático passaram a preocupar e a chamar a atenção de outros países, que insistiram no diálogo para resolver o conflito.

Na Assembleia Geral da ONU, em 2017, Donald Trump fez um discurso agressivo em que ameaçou "destruir completamente" a Coreia Popular, palavras mundialmente criticadas. Na semana passada, Trump anunciou um novo pacote de sanções contra Pyongyang, e nomeou John Bolton para assessor de Segurança Nacional, homem que não descarta uma intervenção militar na Coreia Popular. 

A Coreia Popular tem apresentado esforços para promover um diálogo com a Coreia do Sul e até mesmo com os Estados Unidos. Resta saber se os EUA aceitarão a proposta de deixar de lado as ameaças.