EUA: estudantes organizam atos por todo o país pelo controle de armas

Estudantes secundaristas nos Estados Unidos organizaram manifestações por todo o país no sábado (24), pelo controle de armas de fogo e para chamar atenção para as chacinas nas escolas. Sua maior ferramenta de divulgação foram as redes sociais 

Manifestação EUA pelo controle de armas - Jonathan Drake/Reuters

O evento foi convocado pelos sobreviventes do ataque a tiros na Marjory Stoneman Douglas, escola de ensino médio na Flórida, que teve 17 vítimas fatais; espera-se que sejam reunidos milhares de manifestantes no sábado (24). 

Foi nas redes sociais que a mobilização de adolescentes começou e conquistou alcance inédito para o tema nos EUA, onde o porte de armas é protegido pela Constituição. 

Os estudantes ganharam apoio logístico de organizações como a Everytown for Gun Safety, fundada pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, e a Giffords Courage, criada por uma sobrevivente de chacina. A assessoria de imprensa (que se diz "sobrecarregada" com pedidos) é feita por uma agência de Nova York, e todos os custos são pagos com doações pela internet, que já atingiram US$ 3,3 milhões, segundo informa a Folha de São Paulo.


Ainda segundo a Folha, para o ato deste sábado (24), um "manual" para ampliar a mobilização nas redes sociais foi distribuído aos organizadores de aproximadamente 800 marchas pelo país. Entre as orientações estão publicar fotos da multidão para mostrar escala, divulgar cartazes engraçados ou comoventes e dividir tarefas entre a equipe, como obter licença legal e fazer transmissão ao vivo do evento, chamado de March for Our Lives (marcha pelas nossas vidas). "[Isso] Ajuda a inserir sua marcha no debate nacional e mostra que há energia contra a violência das armas em todo lugar."

Ativistas pelo controle de armas nos EUA publicam em página do Instagram exemplos de cartazes para pintar para as pessoas que desejem participar de manifestações fora de Washington

Foi criado algo pouco convencional para chamar as pessoas para protestar: um livro de colorir distribuido na internet, através das redes. Os desenhos incluem um fuzil sob o símbolo de proibido e frases como "Nunca mais" e "Armas matam", e podem ser coloridos digitalmente. O manual sugere para que o publico adicione frases e faça seu post de protesto.

São esperadas 500 mil pessoas para o ato em Washington. Apesar da enorme difusão nas redes, o protesto também conquistou as ruas, mobilizando pessoas comuns para ajudarem os estudantes, cedendo suas casas para quem vem de outros estados ou preprando comida. Segundo a Folha, mães na região se mobilizaram para abrigar estudantes no fim de semana (a iniciativa já conta com 1500 pessoas cadastradas). A Primeira Igreja Batista de Washington, no centro da capital, também abrigará um grupo de alunos da Carolina do Norte.

O protesto deve começar às 13h de sábado (horário de Brasília).