PPK deve ser proibido de sair do país após renunciar à presidência

A Procuradoria-Geral do Peru pediu nesta quinta-feira (22) que a Justiça emita uma ordem para impedir o em breve ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (PPK) de sair do país. Ele renunciou nesta quarta (21), após forte pressão política.

Pedro Pablo Kuczynski - Guillermo Olivera Díaz

Segundo os procuradores, o motivo para o pedido é a ida da esposa de PPK, Nancy Lange, que é norte-americana, para os Estados Unidos. Até o momento, ela não retornou ao Peru.

Kuczynski anunciou sua renúncia na tarde de quarta e o documento em que solicita sua destituição deve ser analisado pelo Congresso peruano às 16h (18h em Brasília). Os porta-vozes do Parlamento, grupo formado pela Mesa Diretora e pelos líderes partidários, acordaram em aceitar a renúncia do presidente.

PPK é acusado de ter recebido mais de 782 mil dólares da Oderbrecht por serviços de consultoria realizados entre 2004 e 2007. Os depósitos aparecem em um documento da construtora brasileira que foi enviado à comissão parlamentar que investiga os desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru.

Por conta da acusação, uma primeira votação de impeachment ocorreu em dezembro do ano passado, onde PPK foi inocentado. No entanto, após novas evidências, uma nova votação estava marcada para esta quinta (22).

A pressão para a renúncia de PPK aumentou substancialmente após a divulgação de quatro vídeos em que, em diferentes momentos, cinco congressistas – entre eles, Kenji Fujimori – ofereceriam propina decorrente de obras na região de outro deputado, Moisés Mainami, em troca do voto para livrar PPK da cassação.

O primeiro-vice-presidente do país, Martín Vizcarra, que também é embaixador no Canadá, deve chegar nas próximas horas a Lima para assumir a presidência do país, em um ato que está previsto para acontecer nesta sexta.