Bolívia defende saída soberana ao mar na Corte de Haia

Nesta terça-feira (20) aconteceu o segundo dia de depoimentos orais na Corte de Haia onde a Bolívia defende o direito a uma saída soberana ao mar frente ao Chile. Logo após a sessão, o presidente boliviano, Evo Morales, concedeu uma coletiva à imprensa onde afirmou que seu país “provou à Corte que o Chile tem a obrigação de solucionar um acesso soberano da Bolívia ao mar”.

Evo Morales em Haia - ABI

Durante a coletiva, Evo disse também que exigir uma saída para o mar não é uma forma de prejudicar o Chile e sim, fazer com que ambas as nações saiam vitoriosas desta disputa. Há mais de cem anos o país perdeu sua faixa marítima em uma guerra e há dez anos está no Tribunal Internacional de Haia, maior instância jurídica da ONU, para reaver um território com saída para o mar.

Evo garantiu que seu país apresentou “de forma coerente” todas as promessas feitas pelo Chile para negociar o acesso a mar. Desta forma, o presidente acredita que a Corte Internacional terá subsídios para julgar o destino das duas nações.

Segundo Evo, seu país nunca deixou de buscar uma solução para este problema que envolve os dois países, mas intensificou esta batalha nos últimos dez anos. Ele garante, ainda, que o povo boliviano tem um modo caiçara de vida, e historicamente teve uma conexão com o mar. Além disso, seria uma saída estratégica para impulsionar a economia do país.

“Temos muita confiança e muita esperança para que a Bolívia volte ao Oceano Pacífico com soberania”, disse o presidente. Desde a independência do país, em 1825, havia uma faixa litorânea de aproximadamente 400 quilômetros.

A disputa por mar começou em 1828, quando o Chile começou a invasão sobre o território boliviano, que só terminou em 1879. Em 1904 os países assinaram o Tratado de Paz e Amizade entre Chile e Bolívia, com o qual colocaram fim ao conflito chamado de Guerra do Pacífico e desta forma reconheciam a soberania chilena sobre o território.

Neste acordo ficou pactuado que o Chile garantia o livre trânsito de bens bolivianos livres de impostos entre os portos chilenos até a Bolívia. No entanto, o governo da Bolívia denunciou diversas vezes que este tratado não vem sendo cumprido e que o Chile não respeita o acordo.