Valéria Leão: Os professores seguem nas ruas contra o Sampaprev

Desde que foi eleito, o “prefeito itinerante” João Dória (PSDB) apresenta um projeto privatista para São Paulo (SP), retirando direitos essenciais dos paulistanos, sobretudo na Educação. Diminuiu a distribuição de leite, cortou o atendimento de transporte escolar para diversas famílias, impôs o fechamento de salas de informática e salas de leitura de diversas unidades educacionais, demitiu professores contratados e deixou diversas escolas sem docentes e estudantes sem aula.

Por Valéria Leão*

Contra o Sampaprev

Por fim, antes de abandonar a Prefeitura, tenta acelerar na Câmara Municipal o Projeto de Lei (PL) 621/2016, que cria o Sampaprev (São Paulo Previdência). Trata-se de um confisco salarial, na medida em que eleva a alíquota de contribuição previdenciária de 11% para 14%, podendo chegar a 19%. O PL também dá fim do plano de carreira do magistério, com perdas de evoluções e teto de aposentadoria do INSS. É um projeto inconstitucional, que corta direitos dos trabalhadores, incluindo servidores aposentados.

Em 8 de março, nós – professoras e professores da rede municipal de ensino – iniciamos uma importante luta contra o famigerado PL 612. Estamos nas ruas contra essa medida que, de imediato, vai diminuir salários do funcionalismo público municipal e criar um sistema de Previdência a ser administrado pelo setor privado. A luta contra o Sampaprev é também uma luta contra a precarização e privatização dos serviços públicos. Sua aprovação afetará todos os cidadãos que precisam desse atendimento.

Nossa categoria está em greve, mobilizada, acompanhando a tramitação do PL 612 na Câmara, pressionando os vereadores e dialogando com a população, em especial com mães e pais dos alunos. Em defesa de nossa dignidade, exigimos respeito aos nossos direitos. Nada vai nos enfraquecer – nem mesmo a ação truculenta da GCM e PM, que, sob ordem do atual prefeito, nos atacou covardemente na última semana.

Em 15 de março, éramos 100 mil em frente à Câmara Municipal, transformando as ruas em salas de aula, por serviços públicos de qualidade e contra o confisco de salários e da Previdência. Afirmamos em alto e bom som: “Não tem arrego!”. Não deixaremos passar! A luta contra o Sampaprev seguirá forte – até a retirada e o arquivamento do PL 612.

Amanhã será maior!

* Valéria Leão Ramos, professora da rede municipal de São Paulo, é membro do Fórum Municipal de Educação e coordenadora da Comissão Municipal de Educação do PCdoB São Paulo