Jandira: Resposta a esse crime político deve ser coletiva e permanente

Uma multidão ocupou a rua em frente à Câmara de Vereadores do Rio, no Centro, em um ato em homenagem à vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada na noite desta quarta-feira (14) no Estácio, na Zona Norte.

Por Dayane Santos

Jandira na Cinelândia Marielle - Reprodução

O velório da vereadora e do motorista, Anderson Gomes, foi restrito aos familiares. Mas desde as primeiras horas da manhã, manifestantes se concentravam em frente ao legislativo municipal. Quando os corpos chegaram, os manifestantes fizeram um corredor para a passagem dos caixões e, no momento da chegada, houve muita comoção e aplausos.

Muito emocionada, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) participou da manifestação e afirmou que o ato era uma resposta a esse crime político. "Digo a vocês com toda a segurança e firmeza: não podemos deixar barato a nenhum crime político. E este foi um crime político", enfatizou a parlamentar.

Ela salientou que um crime político "não se resolve individualmente", mas se responde "coletivamente e com luta". "Se não respondermos já, o que vai prevalecer é o medo, o terrorismo. É mais restrição e mais mortes. E a resposta é agora. Não apenas no Rio, mas no Brasil e no mundo e permanentemente. Nós precisamos da democracia. E toda democracia pode ser rompida", alertou.

Para Jandira, Marielle foi vítima desse "covarde e cruel" crime porque "sintetizava as três grandes opressões deste país: opressão de classe, opressão de gênero e a opressão de raça".

"Marielle sempre pegou os microfones nos territórios da Praça XV, da Cinelândia, no território do subúrbio, no território da favela com aquele olhar brilhante, com aquele sorriso largo, com a sua generosidade, o seu afeto e a coragem, que é muito característico das mulheres", resgatou.

A deputada comunista reafirmou o compromisso do PCdoB na luta em defesa dos direitos e da democracia. "Quero deixar o compromisso de um partido que já perdeu muitos na luta pela liberdade – muitos jovens, muitas mulheres, muitos lutadores – de não só lutar por Marielle e Anderson, mas por todos os lutadores e ativistas não só da esquerda porque aqui não tem protagonismo. Aqui somos todos um: mexeu com o Psol, mexeu com a esquerda e com a democracia". concluiu.