Para Flávio Dino, execução de Marielle tem "três absurdos cumulativos"

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), por meio das redes sociais, disse que o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) na noite desta quarta-feira (14), tem "três absurdos cumulativos".

Governador defende suspensão da reforma da Previdência

O primeiro, de acrordo com o governador que foi juiz federal e é professor de Direito, é o "bárbaro assassinato", que vitimou a vereadora e seu motorista, Anderson Pedro Gomes. A vereadora foi executada no centro do Rio de Janeiro depois de participar de uma roda de conversa denominada Mulheres Negras Movendo Estruturas.

De acordo com as primeiras informações da polícia, homens em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

O segundo ponto indicado por Flávio Dino é o que classifica como "a situação gravíssima e anômala que contextualiza o crime", diz ele se referindo à intervenção militar do governo de Michel Temer, imposta na segurança pública do Rio desde 16 de fevereiro.

O terceiro e último "absurdo" apontado pelo governador é "pessoas que comemoram uma morte e pretendem dar "lição" aos defensores dos direitos humanos".

Num ambiente de estímulo ao ódio e a intolerância, a tese insuflada por setores da direita conservadora de que os direitos humanos são para defender bandidos encontra campo fértil, principalmente nas redes sociais.

A vereadora Marielle tinha atuação marcada pela defesa dos direitos humanos e contra abusos policiais. No domingo (11), Marielle denunciou uma ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na Favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante a abordagem a moradores.

Ela compartilhou uma publicação em que comenta que os rapazes foram jogados em um valão. De acordo com moradores, no último sábado (10), os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.

Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio em 2016, com 46.502 votos. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo.