Temer diz que país pode recorrer à OMC contra tarifa de aço nos EUA

 O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (14) que aposta no diálogo com os Estados Unidos para tentar retirar o Brasil da lista de países que terão de pagar uma sobretaxa ao aço importado pela indústria norte-americana. Caso as negociações não avancem, o Brasil vai entrar com uma representação contra a política norte-americana na OMC (Organização Mundial do Comércio) junto com outras nações que sofreram prejuízos com a medida.

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O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, na semana passada, a criação de novas taxas para a importação de aço e alumínio, de 25% e 10%, respectivamente. A medida vale a partir de 23 de março.

Segundo Temer, se não houver uma solução "amigável" e "rápida" com os EUA, o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC). "Se não houver uma solução digamos assim amigável muito rápida, vamos formular uma representação à Organização Mundial do Comércio, mas não unilateralmente, não apenas o Brasil, mas com todos os países que tiverem prejuízos em função dessa medida tomada", disse Temer, na abertura do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em São Paulo.

Reconhecendo a preocupação com o impacto da medida anunciada por Trump, Temer afirmou que pretende telefonar em breve para o presidente norte-americano, para discutir o assunto. "Nessa questão do aço, realmente há uma grande preocupação. Pelos tratados internacionais a taxação do aço poderia variar de 0% a 4,5%, e houve uma taxação de 25% no caso do aço e 10% no caso do alumínio. Temos que tratar com muito cuidado dessa matéria", acrescentou.

“Nós aqui somos contra todo e qualquer protecionismo. Somos pela abertura plena”, reforçou Temer. 

Segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, o Brasil foi o país mais afetado com a super taxação do produto pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O maior exportador é o Canadá, que ficou de fora da lista de países atingidos pela medida. Em 2017, o mercado brasileiro exportou US$ 2,6 bilhões em aço para os EUA, o equivalente a um terço de toda a venda externa da matéria-prima local.