Trabalhadores dos Correios: "Greve vai continuar"

Após realização de assembleia, os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de São Paulo e Rio de Janeiro deliberaram pela permanência na greve e criticaram a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que invalida acordo coletivo em vigor, assinado pelos ecetistas, que versa sobre o plano de saúde da categoria.

trabalhadores dos correios em greve no rio de janeiro março de 2018 - Reprodução do Portal CTB

São Paulo

"É uma decisão inédita do tribunal, que altera um acordo coletivo de trabalho sem a concordância de uma das partes, a classe trabalhadora", alertou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP), Elias Diviza, ao criticar a decisão TST após julgamento nesta segunda (12).

O dirigente lamentou a decisão e avisou que a greve seguirá firme em defesa dos direitos e contra o sucateamento e privatização dos Correios. "A justiça sempre garantiu o cumprimento dos acordos pelas empresas, mas dessa vez revisou uma cláusula a pedido da empresa. A greve continua assim como as exigências de realização de concurso público e contratação, manutenção das agências e CDDs abertos, e de todas as funções, além do retorno das merecidas férias, o fim das terceirizações, entre tantas lutas de nossa categoria", avisou Diviza.

Silvana Azeredo, diretora do SINTECT-SP, que acompanhou a assembleia desta segunda (12) em São Paulo, "o julgamento do Plano de Saúde pelo TST, que resultou em prejuízos aos trabalhadores, não interfere em nossa greve. Seguiremos unidos na mobilização em defesa de nossos direitos".

Ela indicou que nesta quarta-feira (14) está convocada nova assembleia da categoria, às 11h, no CMTC Clube, nela deliberaremos com os Ecetistas as definições e caminhos para nossa luta.

Rio de Janeiro

No Rio, a greve dos ecetistas também continua. Na manhã desta segunda (12), os ecetistas do Rio de Janeiro ocuparam o edifício sede dos Correios e fizeram o enterro simbólico do Presidente da ECT Guilherme Campos, considerado pelos trabalhadores como o principal responsável pelo desmonte e sucateamento que a estatal vem sofrendo.

Ao avaliar o cenário e destacar a resistência dos ecetistas do Rio de Janeiro, o presidente do SINTECT-RJ, Ronaldo Martins, afirmou que “a categoria mostrou para o governo golpista e para a direção dos Correios que não aceita a retirada de direitos e benefícios. A mobilização vai continuar em defesa da empresa pública e de qualidade e contra a política neoliberal de Guilherme Campos, que ameaça fechar agências, sobrecarrega o trabalhador, suspende férias e sucateia o patrimônio do povo brasileiro. Nós não aceitamos perder conquistas históricas”, avisou Martins.

O dirigente emendou: “Não temos medo de patrão. O movimento segue firme, a luta continua e convocamos todos os trabalhadores e trabalhadores a fortalecer ainda mais nossa greve, em defesa dos nossos direitos. Existe um interesse do mercado privado no plano de saúde e no sucateamento dos Correios. É desestabilizar a empresa para privatizar. Precisamos manter a unidade e resistir à esses ataques".

Greve contra o desmonte

Ao avaliar a luta da categoria pelo Brasil, o ecetista e secretário nacional de Formação da CTB, Ronald Leite, destacou que a categoria está firme e mobilização para enfrentar a onda de desmonte do Correios liderada por Guilherme Campos.

"Os ecetistas não permitirão este sucateamento continuado dos Correios. Faltam contratações, a qualidade do serviço caiu e as condições de trabalho estão cada vez mais extenuantes. Não vamos permitir que Guilherme Campos continue destruindo os Correios. Por isso estamos em greve", avisou o dirigente.