Orlando Silva: Apoio e me orgulho da luta da Manuela e do PCdoB

Neste 8 de Março completam-se 161 anos do martírio das operárias têxteis norte-americanas mortas na luta por direitos como redução da jornada de trabalho e licença maternidade. De lá para cá, fruto da organização e da luta de gerações de mulheres, a Humanidade deu passos importantes para diminuir distorções e equiparar direitos, mas, no entanto, é inexcusável reconhecer que ainda há um longo caminho a percorrer até a obtenção da igualdade.

Por Orlando Silva*

Manuela em São Paulo

Os números, sejam relacionados à violência contra a mulher sejam acerca do mercado de trabalho, são dramáticos e clamam por soluções – soluções que não são simples ou óbvias, posto que o machismo enraizado na sociedade envolve componentes históricos, econômicos, culturais.

O Brasil ostenta a lamentável condição de 5º país do mundo em número de homicídios contra a mulher – uma taxa de 4,8 feminicídios a cada 100 mil habitantes, segundo a ONU. A violência sexual chega a níveis assustadores: o país teve registro de 1 estupro a cada 11 minutos, em 2015; só no Metrô paulista foram registradas 4 queixas de assédio por semana, durante 2016.

A crise econômica que afeta o país pune ainda mais as mulheres e suas expectativas no mercado de trabalho. Segundo o “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça” (IPEA, 2017), as mulheres trabalham em média 7,5 horas por semana a mais do que os homens. Ainda assim, a renda média aferida pelo IBGE mostra os homens com R$ 2.251 frente aos R$ 1.762 das mulheres.

Paradoxalmente, as desigualdades perversas não arrefeceram o ímpeto de luta que honra as operárias de 1857 e das tantas heroínas que ajudaram a construir o nosso país. Nunca se viu na história brasileira tamanho protagonismo feminino e este é um caminho sem volta. Se os espaços na política “oficial” ainda estão muito aquém do necessário – o Brasil ocupa o 152º lugar numa lista de 190 nações quando se trata da presença de mulheres no Congresso -, as mulheres têm tido papel crescente nas lutas sociais. Ainda que leve tempo, a política tradicional não conseguirá se manter inerte à pressão crescente por equidade na representação nos parlamentos e governos.

Enquanto se fazem necessárias, algumas medidas nesse sentido vêm sendo tomadas. É o caso da Lei 15.946/2013, de São Paulo, que exige que pelo menos 50% dos Conselhos Participativos da cidade sejam formados por mulheres. No âmbito federal, o Projeto de Lei (PL) 587/2015 já caminha no Congresso, aprovado por unanimidade no Conselho de Defesa dos Diretos da Mulher, e prevê a mesma porcentagem para conselhos e demais órgãos colegiados criados por Lei, com funcionamento perante os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Aos poucos, com bem menos rapidez do que necessário, os espaços vão sendo ocupados.

Tenho orgulho de pertencer a um partido, o PCdoB, em que a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres não é mera formalidade, mas como um paradigma necessário para mantermos laços efetivos com a militância e a base social que representamos.

O PCdoB celebra o 8 de Março e a atualidade da luta das mulheres apresentando Manuela D`ávila como alternativa para à Presidência da República. Mulher, jovem, mãe e, acima de tudo, uma brasileira comprometida com o desenvolvimento soberano do país e dias melhores para as filhas e filhos desta pátria, certamente Manu fará jus à força das nossas guerreiras.