Flávio Dino defende sistema nacional de combate ao crime organizado

Oito dos nove governadores de estados do Nordeste se reuniram nesta terça feira (6), em Teresina, para debater os desafios da segurança pública na região e defenderam a implementação de ações integradas de combate ao crime em âmbito regional. Ao final, os governadores assinaram um acordo de cooperação que prevê diversas ações de combate e prevenção ao crime.

Governadores do Nordeste reunião segurança - Benonias Cardoso

Participaram da reunião o anfitrião Wellington Dias, governador do Piauí; Renan Filho, de Alagoas; Rui Costa, da Bahia; Camilo Santana, do Ceará; Flávio Dino, do Maranhão; Ricardo Coutinho, da Paraíba; Paulo Câmara, de Pernambuco; Robinson Faria, do Rio Grande do Norte; além do vice-governador de Sergipe, Belivaldo Chagas.

Na chamada Carta de Teresina, os governadores defenderam a criação de um fundo e de um sistema nacionais de segurança pública e a instalação de um centro regional de inteligência da Polícia Federal no Ceará. Esses pontos constam de um ofício que será encaminhado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

“No Brasil, não existe estratégia nacional de enfrentamento à criminalidade e à violência, as quais ganham a cada dia contornos nacionais e transnacionais. O enfrentamento desordenado do crime favorece o fenômeno da migração, visto que quando se fortalecem ações de repressão em um determinado Estado ou território, os delitos e criminosos se deslocam para áreas que não se encontram fortalecidas”, aponta o documento.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu no encontro a implantação de um centro que reúna um sistema de inteligência e cadastro de facções (Sicaf) para os Estados da região até a implantação da Operação Nordeste, que terá participação das forças de segurança dos nove estados nordestinos.

“Desde logo, registro meu apoio a ideia de que o Ceará receba esse centro em nível de Nordeste. Pela sua posição geográfica e pela sua interface com os fluxos de bens derivados de atividades criminosas, sobretudo, com outros países do mundo”, afirmou Flávio Dino.

Ele também endossou a proposta defendida pelo governador do Piauí, de implantação de um novo sistema de monitoramento. “Me agradou bastante o sistema de inteligência apresentado pelos companheiros do Piauí. Já aqui por mensagem, determinei ao secretário de Segurança do Maranhão que adote esse caminho, porque penso que o nível de refinamento da informação de georreferenciamento é, sem dúvida, uma ferramenta preciosa para o combate ao crime”, afirma o governador.

Flávio Dino também defendeu que os bancos e empresas de transporte de valores devem colaborar no financiamento dos custos emergenciais de segurança.

“Quais as questões que impactam a sensação de segurança? Claro que tem o roubo, o furto oportunista, mas quando entra esse tal novo cangaço numa cidade, fecha todas as entradas e saídas dela, não é para roubar um celular, é para explodir o banco. Então nada mais justo do que dividir os custos disso. É o princípio jurídico do risco criado. Se o empreendedor da atividade econômica tem o bônus da atividade, ele também pode ajudar a solucionar o ônus da atividade”, completou Flávio Dino.

Apesar da crise econômica, o Maranhão é o segundo Estado brsileiro que mais investiu em Segurança Pública, de acordo com levamentamento do jornal Folha de São Paulo. Entre 2015 e 2017, a gestão de Flávio Dino elevou em 26% os investimentos na área, dado bem maior que os 1% da média nacional de investimentos na área no mesmo período.