UBM: Mulheres por Um Novo Projeto de Brasil

A resistência em defesa dos direitos das mulheres e da democracia brasileira são premissas na nota divulgada pela União Brasileira de Mulheres para os atos e protestos em torno deste 8 de março, que acontecem nesta quinta-feira.  A entidade critica o "estado de exceção imposto pelo governo golpista" de Michel Temer e reafirma a luta das mulheres "por um projeto nacional de desenvolvimento" que aponte para um caminho de igualdade entre homens e mulheres".

UBM no ato de mulheres em porto alegre - Reprodução

Confira a nota na íntegra:

Mulheres por Um Novo Projeto de Brasil: Democracia, Desenvolvimento e Trabalho Digno.

Não há dúvida que nós, mulheres, chegamos ao 8 de março de 2018 com o feminismo em cena, com um olhar atento da sociedade para o que dizem e fazem as mulheres e para o que a sociedade pensa e faz com elas.

Não é à toa, na premiação do Oscar, as atrizes chamaram atenção para a desigualdade salarial entre homens e mulheres e este ano denunciaram o assédio sexual às mulheres. Alertando questões vitais no cotidiano da mulher moderna: o direito a um trabalho decente, à democracia e o respeito à nossa sexualidade!

As imensas conquistas das mulheres das últimas décadas em consolidação de direitos, ampliação da representação política, melhores condições de trabalho, dos direitos sexuais, reprodutivos e à diversidade, do respeito geracional e democráticos, vem sofrendo abalos significativos.

A crise do capitalismo e o estado de exceção imposto pelo governo golpista vêm acarretando uma avalanche de desmonte das bases do desenvolvimento nacional e nas políticas públicas de gênero. Ganha força o discurso obscurantista contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, simbolizado na PEC 181/2015 que proíbe o aborto, inclusive nos casos já previstos pela Legislação como em situação de estupro e risco de vida para as mulheres.

Nada mais violento no âmbito do trabalho das mulheres do que a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência. A desregulamentação dos direitos, ampliação do desemprego, do trabalho informal, a insegurança, são os fantasmas que tiram o nosso sono e ameaçam nosso futuro.

Por isso, este 8 de março está forjado de resistência! Lutamos por um projeto nacional de desenvolvimento, que gere emprego e renda, que garanta um trabalho decente e salários iguais para as mulheres e homens, que derrube a reforma trabalhista e impeça o fim da aposentadoria. Lutamos pelo respeito aos nossos direitos sexuais e direitos reprodutivos, à diversidade. Acreditamos na luta comum entre classe, gênero e raça. Nós, todas as mulheres, trabalhadoras, negras, lésbicas, trans, necessitamos lutar por eleições livres e democráticas em 2018, para resistir aos retrocessos e avançar em direitos e na retomada do desenvolvimento do nosso país.

Vamos de mãos dadas, neste 8 de março, ecoar bem alto o grito feminino de resistência ao fim dos nossos direitos, e em defesa da democracia, do desenvolvimento e de trabalho digno.

Viva o 8 de março, a resistência e à luta feminista!
Não ao retrocesso obscurantista, LGBTfóbico, racista e machista!
Por eleições livres e democráticas, desenvolvimento e emprego digno!