Taxação do aço: Trabalhadores da siderurgia nacional na mira de Trump

Centrais e Sindicatos realizaram ato nesta segunda-feira (5) em frente ao Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, para protestar contra as medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump de sobretaxar as importações de aço e alumínio. Na última sexta-feira (2), as Centrais emitiram nota com fortes críticas à decisão do governo norte-americano, além de alertar para ameaças aos empregos nos setores taxados.

Protesto das centrais contra taxação do aço por Trump - reprodução

Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical) e do Sindicato da categoria, diz que o governo precisa tomar providências urgentes para defender os trabalhadores. "O Temer tem coragem de pressionar o Congresso, quando se trata de medidas que atacam os trabalhadores e Sindicatos. Ele deveria ter a mesma coragem de enfrentar e o governo americano e levar para organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio, toda a indignação com essas medidas", afirma.

Segundo o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves (Juruna), a taxação prejudicará os trabalhadores aqui no Brasil. "No momento em que buscamos uma recuperação, mesmo que tímida, dos empregos por aqui, vem uma atitude como essa que certamente vai afetar cerca de 100 mil trabalhadores", ressalta.

Juruna defende a negociação para chegar a um acordo entre as partes. “Esta medida unilateral prejudica milhares de trabalhadores brasileiros, especialmente aqueles que trabalham nas áreas de siderurgia e componentes metálicos”, lembra.

Luis Carlos Prates (Mancha), diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e dirigente da CSP-Conlutas, ressaltou que o ato foi uma forma de mostrar que "não ficaremos calados diante dessa política econômica do presidente Trump".

“Essa sobretaxa levará milhares de famílias a perderem seu sustento. Esta não é uma medida isolada, mas uma ação para desindustrializar o País para que os brasileiros vendam apenas commodities. Neste pacote está a venda da Embraer para a Boeing”, denuncia Mancha.

Confira a nota das Centrais na íntegra:

Diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assinará a adoção de tarifas à importação de aço e alumínio para proteger os produtores americanos, as centrais sindicais, preocupadas com os empregos, preparam atos e manifestações em diversos locais.

O anúncio da medida causa enorme preocupação e que, se a taxação for confirmada, as exportações brasileiras de aço e alumínio serão afetadas, diminuindo a produção e, consequentemente, dos empregos no Brasil. A intenção é preservar milhares de empregos que serão perdidos na cadeia produtiva do setor e a cota de exportação.

É importante também o governo brasileiro buscar negociação com governo americano, acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio|) visando diminuir os impactos da adoção da tarifa imposta pelos Estados Unidos.

São Paulo, 03 de março de 2018,

Adilson Araújo
Presidente da CTB

Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força)
Presidente da Força Sindical

Vagner Feitas
Presidente da CUT

Ricardo Patah
Presidente da UGT

José Calixto
Presidente da NCST

Antonio Neto
Presidente da CSB