Temer será investigado junto com Padilha e Moreira Franco

O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin autorizou, nesta sexta-feira (2), a inclusão de Michel Temer em um inquérito que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) dentro da Operação Lava Jato por possível pagamento de propina pela Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil, que já foi comandada por Padilha e Moreira Franco. A Polícia Federal terá 60 dias para concluir as investigações, mas o prazo pode ser prorrogado caso haja novo pedido.

temer - Rafaela Felicciano/Metrópoles

A inclusão de Temer veio após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, esta semana. A partir do relato do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, Dodge entendeu que o presidente da República deveria ser investigado. Em sua delação, o ex-diretor da empresa afirmou que Temer participou de jantar em maio de 2014 onde se discutiu a divisão dos valores destinados ao PMDB.

O inquérito foi aberto em março de 2017 com base na delação de executivos da Odebrecht. Quando o caso veio à tona, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, excluiu Temer do inquérito por entender que o presidente não poderia ser investigado por fatos anteriores ao mandato.

Dodge discordou da posição e disse que pelo princípio de que todos são iguais perante a lei, não há imunidade penal para o presidente que impeça investigação. Para ela, a investigação deve ocorrer para evitar que se percam provas.

"Há inúmeros exemplos de situações indesejáveis que podem ser causadas pelo decurso do tempo, como o esquecimento dos fatos pelas testemunhas, o descarte de registros, a eliminação de filmagens, entre outros, a ocasionar, desnecessariamente, o que a doutrina denomina de "prova difícil", argumenta a procuradora-geral da República.