Presidente da Farc garante que não renunciará à corrida presidencial

Rodrigo Londoño (ex-comandante Timochenko), candidato pela Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) à presidência da Colômbia, declarou, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28) que não renunciará à sua candidatura, pois esta é uma tarefa delegada pelo seu partido.

Timochenko - Telesur

O candidato denunciou que está enfrentando um bloqueio financeiro que o impede de seguir adiante nas suas atividades eleitorais, pois o Estado não disponibiliza os recursos necessários para a campanha, apesar de faltar somente 11 dias para as eleições legislativas, da qual a FARC participará pela primeira vez como partido político, com a candidatura de Victoria Sandino ao Senado.

Ele também denunciou o descumprimento do Acordo de Paz por parte do governo colombiano, sob o mandato de Juan Manuel dos Santos, do Partido Social de Unidade Social, e anunciou que suspendeu a agenda de campanha por falta de recursos para a realização das atividades eleitorais e pelo desrespeito às garantias políticas dos ex-integrantes das FARC.

"Dentro e fora do Estado, estamos vendo como as forças pequenas se unificam com o objetivo de fazer fracassar este histórico e bonito processo de paz, que é um exemplo para o mundo", disse Londoño.

O candidato lamentou a manipulação e o tratamento estigmatizado da FARC nos meios de comunicação e fez um chamado para que as forças políticas do país atuem como respeito e tolerância durante o processo eleitoral.

"Estamos pedindo objetividade e compreensão. Continuamos a ser tratados como se estivéssemos pegando em armas, quando, na realidade, somos um movimento político, nascido em um Congresso e com uma diretriz de paz e conciliação", declarou.

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia está marcado para o dia 27 de maio. Antes da escolha do próximo presidente do país, os colombianos irão às urnas no próximo dia 11 de março eleger os representantes do Senado.

Este é o primeiro ano que a FARC, ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, participa das eleições no país, após a assinatura do acordo de paz com o governo, em 2016, e da posterior entrega de armas por parte da organização, estabelecida no acordo e concluída em 2017.