Lisboa reduz o número pessoas em situação de rua pela metade

Opondo-se às políticas de austeridade da Europa, inspiradas na Alemanha dos anos 90, Portugal cresce graças ao plano de governo da coalização de esquerda; agora, sua capital recorre a programas alternativos para resolver a questão de quem vive em situação de rua, apresentando novamente resultados positivos

morador de rua em Lisboa

Antes, Lisboa adotava programas de auxílio tradicionais, que acabavam sendo restritivos- geralmente, não selecionavam pessoas com vício ou que estavam por períodos prolongados sem endereço formal. Mas isso mudou.

Em 2015, segundo reportagem da Folha de São Paulo, Lisboa passou a apostar em programas alternativos e mais abrangentes de assistência à população em situação de rua. Graças a mudança de conduta e planejamento, o indice de quem morava na rua foi reduzido pela metade. 

O Núcleo de Planejamento e Intervenção sem Abrigo (NPISA) da Câmera Municipal de Lisboa divulgou que o número de pessoas sem casa na cidade caiu de 629 para 334, entre 2015 e 2017, respectivamente (apresentando uma retração de 47%). O "É uma Casa" (uma parceria do governo com a ONG Crescer), foi um dos programas que contribuiram para o resultado positivo, como informa a Folha. Apartamentos são alugados e mobiliados em prédios residenciais, e posteriormente entregues para pessoas que vivem na rua. A ideia seria que, após a reconquista de um espaço doméstico, essas pessoas comecem a se inserir na comunidade, retomando a sua autonomia. Depois de se mudarem para as casas, os moradores passam a ser acompanhados por um gestor, que não exige "ordem" ou que o uso de álcool e drogas seja suspenso, mas que apenas tem o intuito de auxiliar. O programa conta com uma permanência de 87%. 

Lisboa tem investido em outras iniciativas e projetos para amparar a população em situação de rua, como investimento em casas compartilhadas. Doenças psiquiátricas estão recebendo atenção especial, com equipes de atendimento que efetuam acompanhamentos periódicos; além disso, muitos recebem auxílio para a obtenção de medicamentos. Segundo a Folha, no inicio de fevereiro, com as baixas temperaturas do inverno europeu, um plano emergencial foi ativado, com centros de abrigos extras e a abertura de algumas estações de metrô de madrugada para quem não quisesse voltar para os postos de acolhimento.